Quase metade dos inquiridos num estudo da Universidade Católica (40,5%) revelou ter gastos com arrendamento ou pagamento de prestações de casa superiores a 30% do rendimento do agregado familiar, uma taxa de esforço considerada elevada.
Os dados divulgados esta quinta-feira foram apurados através de um inquérito online realizado pelo Observatório da Sociedade Portuguesa da Universidade Católica, junto de 1.006 pessoas.
A maioria dos participantes nesta amostra (59,6%) discordou ou manifestou-se indiferente face à medida que coloca o Estado a pagar rendas em atraso ao senhorio, após três meses de incumprimento pelo inquilino, no âmbito do programa “Mais Habitação”.
Relativamente à suspensão de novas licenças para Alojamento Local, 58,2% discordaram ou mostraram-se indiferentes. O estudo indica, entre outros dados, uma maioria de 57,5% discordante ou indiferente a uma contribuição extraordinária do Alojamento Local com taxa de 35% sobre o coeficiente económico do imóvel, que tem em conta a área e o rendimento da estrutura.
Já 61,2% concordaram com a medida “Benefícios fiscais para obras de casas do arrendamento acessível” e 54,6% com a “Isenção de mais-valias na venda de imóveis para pagar empréstimo”.
A mesma posição foi assumida por 53,4% dos inquiridos perante as limitações à subida da renda nos novos contratos, enquanto 52.9% “concorda ou concorda completamente com a redução de 28% para 25% da taxa especial de IRS sobre as rendas”, de acordo com a mesma fonte.
O trabalho foi realizado entre 20 de junho e 17 de julho. Os resultados indicaram que 60,7% da amostra habita em casa própria e 28,1% em casa arrendada.
Em termos de perceção de aumento dos preços das casas na localidade de residência, a percentagem de participantes que considera que não aumentaram ou aumentaram pouco é residual (1,6%).