A CDU Porto considera que o adiamento do fecho do centro comercial Stop, que estava previsto para esta sexta-feira, é uma vitória dos músicos, artistas e comerciantes e que reflete “as contradições e dificuldades da maioria” da câmara municipal.
“O adiamento da ação de despejo dos músicos do Stop pela Câmara Municipal do Porto é uma vitória da luta dos músicos, artistas e comerciantes do centro comercial Stop. Uma prorrogação que reflete as dificuldades e contradições da maioria da câmara municipal de Rui Moreira [presidente] na implementação de uma ação injusta e que não resolve nenhum problema“, adiantou a CDU, em comunicado.
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O centro comercial Stop, no Porto, vai continuar a funcionar por tempo indeterminado na sequência de uma providência cautelar interposta pelos proprietários à decisão da câmara de encerrar o edifício, confirmou esta sexta-feira a autarquia.
Para os comunistas, com o adiamento do encerramento do centro comercial “fica claro o desconforto” do executivo liderado pelo independente Rui Moreira com a implementação de uma “ação de força e mais claro ainda a falta de soluções para este drama que afeta centenas de pessoas”.
Em resposta à agência Lusa, a Câmara do Porto confirmou, na sequência da notícia divulgada pelo jornal Público, que o espaço vai continuar a funcionar e que foi interposta uma providência cautelar à decisão tomada pela autarquia de cessação do equipamento. Na opinião da CDU, a autarquia viu-se “obrigada a recuar na sua posição” perante a união dos músicos, artistas, comerciantes e população.
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“Por outro lado, fica também ostensivamente claro o desinteresse e a desresponsabilização do Governo do PS que, na Assembleia Municipal do Porto, reclama mais meios para a cultura na autarquia, mas que na Assembleia da República chumba o pedido do PCP para a auscultação ao ministro da Cultura sobre o Stop, numa atitude de inaceitável desvalorização da cultura e dos seus agentes”, reforçou. A CDU garantiu que continuará a lutar pelo centro comercial Stop e a reclamar junto da câmara uma solução para aquele espaço.
E acrescentou: “Da mesma forma, não desistiremos de insistir que o Governo assuma as suas responsabilidades, designadamente pelo Ministério da Cultura”. Os músicos e artistas do Stop manifestam-se esta sexta-feira em frente à Câmara Municipal do Porto em defesa daquele “polo cultural” da cidade.
Em 8 de setembro, os proprietários e arrendatários do centro comercial Stop foram notificados pelos serviços da Câmara Municipal do Porto de que tinham até 10 dias úteis para desocupar o edifício, prazo que terminaria esta sexta-feira.
Na quinta-feira, o presidente da Câmara do Porto anunciou que a autarquia não conseguiu notificar a administração do condomínio do centro comercial Stop da intenção de fechar o espaço, pelo que o encerramento seria adiado por 10 dias úteis.
O Stop, que funciona há mais de 20 anos como espaço cultural, com salas de ensaio e estúdios, viu a maioria das suas frações serem seladas em 18 de julho, deixando quase 500 artistas e lojistas sem terem para onde ir, mas reabriu em 4 de agosto, com um carro de bombeiros à porta.
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