A expressão popular diz que quem sai aos seus não degenera. Joaquín Guzmán, mais conhecido como El Chapo, ainda era pequeno quando começou a ajudar o pai a cultivar canábis no quintal. A primeira vez que viu Héctor Salazar, apelidado El Güero Palma, traçar rotas para o tráfico de droga tinha pouco mais de cinco anos. E, quando chegou a sua vez de honrar a figura paternal, decidiu não ser muito diferente.

Estima-se que El Chapo tenha, pelo menos, dez filhos dos seus três casamentos. Além das gémeas que tem em comum com a atual mulher, Emma Coronel, María Joaquina e Emely, é pai de “Los Chapitos”, os quatro filhos que assumiram a liderança do Cartel Sinaloa, depois da detenção de El Chapo, em 2019, que está a cumprir a pena de prisão perpétua nos Estados Unidos.

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Apesar de os nomes Ovidio Guzmán López, Joaquín Guzmán López, Iván Archivaldo Guzmán Salazar e Jesús Alfredo Guzmán não serem desconhecidos do público — foram todos acusados de tráfico de fentanil, em abril deste ano —, houve um nome que se destacou nos últimos tempos. Ainda que a maioria prefira tratá-lo por El Ratón.

A 5 de janeiro, Ovidio Guzmán López, 33 anos, foi encurralado por uma emboscada na cidade de Jesús María, em Sinaloa, no México, e foi detido para ser julgado pelos crimes enquanto líder da fação Los Menores, relacionada com o Cartel do Pacífico.

Entre as acusações das autoridades norte-americanas, por importar e distribuir drogas no país, juntamente com o irmão Joaquín Guzmán López, e das autoridades mexicanas, relativas à posse de armas de uso exclusivo do exército e tentativa de homicídio, não faltam razões para o manter atrás das grades.

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El Ratón foi extraditado para os EUA na semana passada, naquilo que foi o “passo mais recente do Departamento de Justiça para atacar todos os aspetos das operações” do Cartel de Sinaloa”, disse o procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, citado pela CNN, que fez o pedido de extradição há quatro anos.

Esta segunda-feira, foi acusado dos cinco crimes além-fronteiras, num tribunal federal de Chicago, tendo declarado que era inocente de todos eles.

Desde 2012 que Ovidio — que, tal como os irmãos, tem a fama de ser “impulsivo” e de não ter as mesmas “habilidades estratégicas do pai”, como diz o jornal G1 —, estava na lista de pessoas ligadas ao crime internacional do Escritório de Controlo de Ativos Estrangeiros dos EUA.

Ainda assim, só seis anos mais tarde é que El Ratón, conhecido por ter interesse em lutas ilegais de cavalos e galos, foi acusado de importar drogas do México para os EUA, nomeadamente cocaína, canábis e metanfetamina. Algo que alegadamente fazia desde 2008.