Parecia ser uma vitória fácil, depois parecia começar a ganhar contornos de goleada, numa determinada fase da segunda parte ameaçou passar a empate, acabou a voltar ao patamar de vitória fácil. Entre as alterações feitas no onze inicial depois da derrota frente ao Salzburgo e as três poupanças de jogadores ao intervalo que mexeram na equipa num momento resumido a um par de minutos que fez abanar os alicerces de um triunfo certo, o Benfica teve altos e baixos naquela que ficou como uma reação positiva ao desaire na Champions. Na globalidade, sobraram sobretudo os números positivos mas também com uma nota negativa que não se tornou mais vermelha (neste caso, no mau sentido) porque Trubin fez jus à fama de especialista nos penáltis.

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Comecemos por esse aspeto. Se é certo que parece ter crescido um certo saudosismo em torno da figura de Odysseas Vlachodimos depois da partida na Luz com os austríacos, Trubin arrumou essa ligeira onda que se ia formando ao fazer aquilo que o grego fez pouco quando passou pelas águias: defender um penálti. Foi isso que permitiu uma espécie de “pazes” entre o ucraniano e os adeptos, sendo que o Benfica passou a ser a equipa com mais grandes penalidades cometidas no Campeonato após um corte com a mão de Morato na área que depois Rildo não aproveitou para dar o empate aos algarvios. Ao todo, os encarnados levam já cinco penáltis contra em oito partidas oficiais, três das quais em encontros da Primeira Liga. E, mesmo não sofrendo dos 11 metros no Algarve, voltaram a não conseguir trancar a baliza, levando nesta altura um registo de sete golos sofridos em apenas seis rondas como já não acontecia há mais de uma década.

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Apesar disso, o Benfica não vacilou e somou a quinta vitória consecutiva no Campeonato após a entrada logo a perder no Bessa com o Boavista sempre com dois ou mais golos marcados em todos os jogos, o que confere em paralelo o melhor ataque da prova como também já não se via há 14 anos. Contas feitas, os encarnados marcaram e sofreram sempre nos últimos seis jogos feitos na condição de visitante para a Primeira Liga, um indicador com os seus prós e contras mas que foi analisado em termos globais por Roger Schmidt por uma parte mais positiva, destacando a capacidade de resposta que a equipa teve após a Champions entre explicações para as substituições que promoveu na equipa não só de início mas também ao intervalo.

“É sempre importante ganhar depois de uma derrota. Os jogos são oportunidades para dar a volta e esse era o objetivo hoje. Começamos o jogo muito bem e podíamos ter tornado o jogo mais fácil. Acho que essa é a história desta temporada, jogamos bem, controlamos, dominamos, criamos oportunidades e depois falhamos a parte de matar o jogo e marcar mais golos. Hoje foi igual mas uma vitória é uma vitória. Merecemos”, começou por dizer o técnico alemão na zona de entrevistas rápidas da SportTV após o jogo.

“Como se explica a passagem de 2-0 para quase 2-2? Acho que isso é algo que temos de melhorar. Se estamos a vencer por 2-0, não podemos sofrer contra-ataques. Não fomos fortes o suficiente no ataque, criámos várias oportunidades mas às vezes não temos a mentalidade de usar todas essas oportunidades porque pode ser a única do jogo. É algo que temos de melhorar, vamos ter jogos com menos oportunidades e temos de marcar para ganhar. Estamos bem, estamos a vencer, estamos a merecer as vitórias, mas podemos fazê-lo de forma mais inteligente”, acrescentou ainda a esse propósito Roger Schmidt, recordando a vantagem folgada que tinha no marcador que só não passou a empate porque Trubin defendeu uma grande penalidade.

Claro que estou muito feliz por ele. É novo no Benfica. Fez um erro no último jogo e foi muito importante para ele esta defesa. Fez uma grande defesa, o jogo podia ter mudado, por isso foi importante defender esse penálti”, destacou Schmidt sobre o penálti defendido por Trubin.

“António Silva de fora? O Morato esteve bem na Champions e temos de prepará-lo para o Inter. Ele é sempre bom nos treinos, foi sensato dar-lhe mais minutos e ele esteve muito bem. O António Silva teve o dia de descanso mas não teve nada a ver com o cartão vermelho. O Di María vai recuperar a tempo de sexta-feira”, adiantou ainda o timoneiro dos encarnados a propósito da mudança no eixo central recuado.