O Presidente norte-americano, Joe Biden, juntou-se esta terça-feira ao piquete dos grevistas da United Auto Workers (UAW), quando a paralisação atinge o 12.º dia. De megafone na mão e um boné do sindicato, Biden apoiou a luta dos trabalhadores e instou-os a continuar a reivindicar melhores salários.
“Vocês merecem o aumento significativo de que precisam“, disse Biden, depois de chegar a um armazém de distribuição de peças da General Motors localizado num subúrbio a oeste de Detroit, no estado do Michigan.
“Vocês, o UAW, vocês salvaram a indústria automóvel em 2008 e antes. Fizeram muitos sacrifícios, desistiram de muito, e as empresas estavam em apuros. Mas agora [as empresas] estão incrivelmente bem. E adivinhem? Vocês também deviam estar“, atirou, acrescentando: “Deixem-me dizer-vos isto várias vezes: Wall Street não construiu o país, a classe média construiu o país. E os sindicatos construíram a classe média”. O chefe de Estado caminhou ao longo do piquete, trocando cumprimentos com trabalhadores sorridentes.
"You deserve what you’ve earned and you’ve earned a hell of a lot more than you’re getting paid now."
Biden endorsed the UAW’s demand for a major wage increase during a visit to a picket line at a GM plant in suburban Detroit https://t.co/maB4nyN8cY pic.twitter.com/MYyKxe2NC1
— Bloomberg (@business) September 26, 2023
Biden encorajou-os a continuar a lutar por melhores salários, apesar das preocupações de que uma greve prolongada possa prejudicar a economia, dizendo: “Continuem firmes”. O líder Democrata respondeu “sim” quando questionado se os membros do UAW mereciam um aumento de 40%, uma das exigências do sindicato. “Sem acordo, sem rodas!”, gritavam os trabalhadores quando Biden chegou. “Sem pagamento, sem peças!”, acrescentaram.
Biden foi acompanhado até ao piquete pelo presidente do UAW, Shawn Fain. “Obrigado, senhor Presidente, por ter vindo apoiar-nos neste momento que define a nossa geração”, disse Fain, que indicou que o sindicato está envolvido numa “espécie de guerra” contra a “ganância corporativa”. “Nós fazemos o trabalho pesado. Nós fazemos o verdadeiro trabalho”, disse Fein. “Não os CEOs”, frisou.
Os historiadores de questões laborais dizem não haver memória de um caso em que um Presidente em exercício tenha aderido a uma greve em curso, mesmo nos mandatos dos chefes de Estado mais pró-sindicatos, como Franklin Delano Roosevelt e Harry Truman.