O Thirst Project Portugal, fundado em 2019, com cerca de 50 equipas repartidas pelas escolas secundárias e faculdades nacionais, já ajudou na perfuração de sete poços de água em África, anunciou esta segunda-feira à agência Lusa a fundadora, Constança Silva.
A responsável conheceu o Thirst Project, uma associação criada por jovens estudantes norte-americanos que tem como objetivo financiar a perfuração de poços de água em África, em 2017, sendo que em 2018 foi convidada pela associação a trazer o projeto para Portugal, contextualizou à agência Lusa.
“A maior parte das vezes, as equipas são geridas por alunos finalistas [do ensino secundário], o que dificulta a sua continuidade”, mas “certamente mais de 100 escolas e faculdades tiveram equipas“, explicou.
A NOVA School of Business and Economics, o Instituto Superior Técnico, a Universidade de Évora, a Escola Superior de Educação de Santarém, a Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar ou o Instituto Politécnico de Viseu e também a Escola Básica e Secundária de Sever do Vouga, a Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro, a Escola Secundária de Molelos, a Escola Secundária de Camilo Castelo Branco e a Escola Secundária Garcia da Horta são instituições de ensino onde o projeto está presente.
Segundo Constança Silva, existem várias formas de ajudar o Thirst Project Portugal a cumprir a sua missão em África: “A primeira é através da criação de uma equipa na respetiva escola ou faculdade. A segunda é a compra da coleção (disponível no site e em feiras). A terceira é nos eventos produzidos pelo projeto. A quarta é através de doações e participação em campanhas. A quinta é através de parcerias e/ou patrocínios com empresas. A sexta é apenas através da partilha das redes sociais da associação“.
Até ao momento, já conseguiram arrecadar mais de 100 mil dólares (94,4 mil euros), que são enviados para a associação-mãe, nos Estados Unidos na América, que faz a gestão dos fundos.
O Thirst Project tem uma excelente relação com as empresas no terreno [em África], garantindo que tudo corre bem. Quem constrói o furo são empresas locais, com a ajuda das comunidades, para que possamos ajudar também a melhorar a economia do país e para que as comunidades se sintam presente em algo que é deles”, explicou.
Quem faz a monitorização das obras no Essuatíni é a equipa do Thirst Project através do seu diretor local, Sibusiso Shiba.
Além desta orientação, o projeto criou um “comité de água” composto por 10 pessoas em cada comunidade onde um furo é construído. Ensinam estas 10 pessoas a cuidar, preservar e a fazer pequenas reparações.
O Thirst Project assegura que em cada comunidade onde atua há “latrinas para saneamento adequado e um descarte seguro de resíduos”, a fim de eliminar práticas de defecação a céu aberto. Isto pode reduzir as mortes relacionadas com a água até 37,5%, declarou.
O projeto, na sua globalidade, está presente no Quénia, El Salvador, Uganda e Essuatíni, sendo o último o foco do projeto em Portugal porque, segundo Constança Silva, “é um país muito pequeno, com cerca de 1,2 milhões de habitantes e será mais rápido dar água a toda a população do país” pelas suas características. Sendo que, neste momento, 74,1% da população já tem acesso a água potável.
Atualmente estão também focados numa restruturação interna da equipa, que conta com 80 membros, e que os vai permitir “crescer”, pois querem estar presentes “em mais escolas e faculdades”, assim como “fazer melhores eventos”.