O quarto dia do mês de outubro foi o escolhido pela Google para revelar que, pela primeira vez, os smartphones Pixel chegam a Portugal. A gigante tecnológica afirma que a oitava geração destes telemóveis, que foi esta quarta-feira oficialmente apresentada num evento em Nova Iorque, foi “concebida para durar e melhorar com o tempo”. Por isso, suportará sete anos de atualizações de sistema operativo e segurança, mais dois do que os anteriores.
A Google destaca, em comunicado, que os telemóveis “Pixel 8 e Pixel 8 Pro têm designs atuais e modernos, com silhuetas mais suaves, novos acabamentos e novas cores elegantes”. Pela primeira vez, esta gama de smartphones, lançada em 2016, inclui um termómetro que consegue medir a temperatura de objetos, como utensílios de cozinha ou bebidas, através de um scan.
Além da entrada no mercado português, a gama Pixel estreia-se na Áustria, na Bélgica e na Suíça. O timing escolhido para a chegada a Portugal é explicado ao Observador por Nanda Ramachandran, vice-presidente do segmento de negócio Pixel da Google: “Eu sei que esta é a oitava geração, mas, não sendo a Google uma empresa de hardware, tudo teve de ser criado de raiz. Não tínhamos uma infraestrutura de hardware, de distribuição, de logística inversa”. Agora, com essas infraestruturas, que “levaram tempo a estabelecer”, é possível “expandir rapidamente”.
Por sua vez, Bernardo Correia, country manager da Google em Portugal, descreve a chegada dos telemóveis Pixel a Portugal como um “momento histórico” e “especial”. “O compromisso da Google em Portugal vem de há muitos anos”, com este lançamento a ter um “sabor especial” até porque, salienta, acontece “no ano em que a Google assinala 25 anos”.
O Pixel 8 Pro começa nos 1.139 euros e está disponível em azul baía, porcelana e obsidiana, enquanto o Pixel 8 arranca nos 829 euros e está disponível em avelã, rosa e obsidiana. A pré-venda dos telemóveis — que serão os primeiros a receber o Android 14 — inicia-se esta quarta-feira, dia 4 de outubro, chegando às lojas no próximo dia 12.
Além do Pixel 8 Pro e do Pixel 8, esta quarta-feira revelados, ficará também disponível em Portugal, a partir de 519 euros, o Pixel 7A, um smartphone que foi anunciado em maio no Google I/O.
“Elegante”, “sofisticado” e com “a melhor câmara Pixel até à data”. Como é o Pixel 8 Pro?
Com um “design elegante e sofisticado”, um “desempenho potente”, uma “bateria que dura o dia todo” e a “melhor câmara Pixel”. É assim que a Google descreve o Pixel 8 Pro, um smartphone que tem um sistema de câmara tripla traseira que inclui uma teleobjetiva com um zoom ótico de cinco vezes.
O sistema de câmara do Pixel 8 Pro inclui câmaras de nível profissional, totalmente atualizadas para conseguir melhores fotos em condições de pouca luz, selfies mais nítidas e melhor zoom e vídeo até à data”, afirma a gigante tecnológica.
Fabricado com uma “estrutura em alumínio polido e vidro traseiro mate”, este telemóvel conta com um processador Tensor G3, que é considerado pela Google como “o chip mais poderoso do Pixel até à data”, e com um coprocessador de segurança Titan M2. O ecrã Super Actua de “alta resolução” tem 6,7 polegadas e é “o mais brilhante” de sempre, quando comparado com as outras gerações.
De acordo com a empresa norte-americana, ainda este ano, o Pixel 8 Pro vai receber uma funcionalidade que permite aplicar “o processamento de ponta aos vídeos para ajustar cor, iluminação, estabilização e granulação”. A ferramenta, denominada de “Optimizador de Vídeo” vai ainda permitir “melhorar a qualidade [das imagens] em ambientes com pouca luz”.
Com “maior suavidade em videojogos e deslocamento”, como é o Pixel 8?
Com uma “nova câmara traseira”, uma “segurança eficaz” e uma bateria que, tal como o 8 Pro, está feita para durar o dia todo, o Pixel 8 é ligeiramente mais pequeno, uma vez que conta com um ecrã Actua de 6,2 polegadas. Em comunicado, a Google diz que este ecrã — em comparação com o dos smartphones de gerações anteriores — tem uma “taxa de atualização melhorada de até 12 Hz [Hertz]” para uma “maior suavidade em videojogos e deslocamento”.
No Pixel 8, a câmara grande angular foi atualizada para incluir foco automático. É a primeira vez que o “macrofoco” não é exclusivo da série Pro. Este telemóvel, tal como o Pro, conta com um processador Tensor G3, sendo que a Google destaca que “desde que o Tensor foi introduzido com o Pixel 6, as suas capacidades de Inteligência Artificial aumentaram drasticamente: o maior modelo de aprendizagem automática no Pixel 8 é dez vezes mais complexo do que o do Pixel 6“.
O formato mais pequeno da oitava geração dos Pixel tem uma estrutura em metal acetinado e vidro traseiro polido. Tanto o 8 como o 8 Pro são “fabricados com materiais reciclados” e têm novas funcionalidades, como a possibilidade de pedir ao Assistente Google para resumir em três tópicos, ler em voz alta e traduzir páginas web; a “borracha mágica de áudio”, ferramenta que permite apagar sons indesejados de vídeos; o “editor mágico”, que, como o nome indica, permite editar, introduzir elementos ou realinhar a sua posição em imagens; ou o “best take”, que possibilita a alteração de fotografias de grupo, utilizando as melhores expressões de cada um dos seus participantes, para garantir que todos ficam satisfeitos com o resultado final.
“Sustentabilidade” justifica sete anos de atualizações de Android
A Google é uma das primeiras empresas a garantir sete anos de atualizações de sistema operativo e segurança nos seus dispositivos. Nanda Ramachandran afirma que a “sustentabilidade”, que considera ser um “pilar fundamental para a Google”, é a “intenção por detrás dos sete anos”. Questionado pelo Observador sobre se receia que essa característica possa levar a menos trocas de equipamentos, o vice-presidente do segmento de negócio Pixel diz que o “melhor a fazer é ajudar as pessoas a manter os telemóveis durante mais tempo”.
É claro que queremos vender mais telemóveis. Mas uma das principais métricas que procuramos sempre é a satisfação das pessoas com a compra do telemóvel (…) e as atualizações de funcionalidades e de software, como aprendemos com a nossa base [de dados] Pixel, são bem vistas pelos nossos clientes, porque o seu telemóvel não está obsoleto”, acrescenta.
Nanda Ramachandran considera que é possível que daqui a sete anos, a câmara e o hardware da câmara possam ser “completamente diferentes” daqueles que contemplam o Pixel 8 e o Pixel 8 Pro. Ainda assim, esses smartphones terão recebido atualizações mensais ou trimestrais com novas funcionalidades. “É mais importante [garantir] que os utilizadores estejam satisfeitos do que obrigá-los a comprar algo de dois em dois ou de três em três anos.”
Para o dirigente, a “marca Google é um ativo fantástico” sobre o qual o segmento Pixel se pode “construir” na entrada num mercado como o português, que é dominado, no que à vendas de smartphones diz respeito, pela Samsung, Xiaomi e Apple. Porém, o ‘nome Google’ não é “suficiente”. “O mercado de smartphones é bastante competitivo” e, por isso, o Pixel quer apresentar “uma proposta de valor bastante única” para atrair consumidores.
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Desta forma, no entender de Nanda Ramachandran, a tecnológica é a única, na indústria dos smartphones, a “falar de inovação baseada em Inteligência Artificial” para esses telemóveis. “Por isso, praticamente tudo aquilo de que falamos não é nenhum truque, mas é algo muito, muito útil para o utilizador no dia a dia.”
Um relógio inteligente com “funcionalidades personalizadas de saúde, fitness, segurança e produtividade”. Como é o Pixel Watch 2?
No evento desta quarta-feira, em Nova Iorque, a Google anunciou também a chegada de um novo relógio inteligente, que tem “novos sensores de saúde” e “atualizações significativas de desempenho, mantendo a bateria a durar um dia inteiro”. O Pixel Watch 2, que foi desenvolvido para “oferecer funcionalidades personalizadas de fitness, segurança e produtividade”, oferece lembretes automáticos de início e paragem de exercícios, como corrida, e tem ferramentas que permitem a monitorização do sono e notificações de ritmo cardíaco alto e baixo.
Os utilizadores deste relógio inteligente têm acesso, no seu pulso, a aplicações e serviços da Google como o Assistente, o Gmail e o calendário. A segunda geração de smartwatches Pixel tem funcionalidades que acrescentam “à tecnologia de segurança existente”, como deteção de quedas. É ainda possível agendar um temporizador para situações específicas, como dar uma caminhada à noite, para informar aqueles que lhe são mais próximos sobre onde está. Quando esse temporizador acaba, a “verificação de segurança pede-lhe para confirmar se está bem ou se gostaria de iniciar a partilha da sua localização ou contactar os serviços de emergência”. Caso não seja recebida uma resposta, vai ser acionado um mecanismo de partilha de localização em tempo real com os contactos de emergência pré-selecionados.
O Pixel Watch 2 estará disponível em quatro combinações de cores: prata polida/azul baía; preto mate/obsidiana; prata polida/porcelana e ouro champanhe/avelã. Apesar da versão equipada com Bluetooth/Wi-fi chegar ao mercado português, com um custo de 399€, o mesmo não deverá acontecer com o modelo que inclui comunicações LTE (4G).
Além dos smartphones e do smartwatch, chegam também a Portugal os auriculares sem fios Pixel Buds Pro, que começam nos 229€ e que conseguem bloquear “ruídos indesejados”. Estes fones, lançados no ano passado e que agora estão disponível em duas novas cores (azul baía e porcelana), utilizam a Inteligência Artificial para detetar quando alguém começa a falar, sendo que nessa altura, segundo a Google, a “música é pausada e os auriculares mudam para o modo som ambiente”. Depois, quando a conversa termina, a música volta a tocar e regressa o modo “cancelamento ativo de ruído”.
Para trazer estes equipamentos para Portugal, a Google — que também os disponibiliza na sua loja online — colabora com a Worten e a Vodafone, operadora de telecomunicações que no início deste ano, noticiou à época a PC Guia, confirmou o reforço das suas parcerias com a tecnológica, o que levantou rumores de que procurava garantir a entrada do portfólio Pixel em vários mercados europeus.