Francisca Carneiro Fernandes vai assumir a presidência do conselho de administração da Fundação Centro Cultural de Belém (FCCB), sucedendo assim a Elísio Summavielle, numa altura em que a instituição se abre a novos públicos, anunciou esta sexta-feira, 7 de outubro, o Governo.

“Francisca Carneiro Fernandes, com experiência em gestão de equipamentos culturais e proximidade às artes performativas, é o nome escolhido pelo Ministério da Cultura para presidir à Fundação Centro Cultural de Belém”, anunciou a tutela em comunicado.

Segundo a mesma nota, esta nomeação acontece num momento em que o CCB quer “potenciar a relação entre os vários espaços” e abrir-se “a novos públicos, à cidade e ao país”.

Presidente da Performart e diretora executiva de Novos Projetos da empresa municipal do Porto Ágora, Francisca Carneiro Fernandes vai suceder a Elísio Summavielle, que esteve à frente do CCB nos últimos sete anos e cujo mandato foi renovado em abril do ano passado.

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“O CCB vai entrar numa nova fase, com a recuperação da gestão do espaço do Museu. Esta oportunidade coloca o CCB numa posição singular a nível nacional, permitindo um diálogo entre os vários espaços. Numa altura que celebra 30 anos, o CCB tem um grande desafio: projetar uma nova identidade e promover uma relação íntima entre o Centro de Artes Performativas e o novo MAC/CCB [Museu de Arte Contemporânea do Centro Cultural de Belém], que abre no final do mês”, afirmou, citado no comunicado, o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva.

Para o governante, Francisca Carneiro Fernandes tem o perfil para dar resposta a estes desafios, por ser alguém “próximo das artes performativas e com uma longa experiência em gestão de equipamentos culturais”, nomeadamente à frente do Teatro Nacional São João, no Porto.

A abertura do MAC/CCB está prevista acontecer entre os dias 27 e 29, com uma programação de entrada gratuita, nomeadamente concertos e visitas guiadas.

O MAC/CCB abre com a apresentação das coleções em depósito — a Coleção Berardo, a Coleção Ellipse e uma exposição de desenhos da Coleção Teixeira de Freitas, bem com uma exposição individual da artista belga Berlinde de Bruyckere, que estará presente em Lisboa.

No início de setembro, o curador Delfim Sardo, do conselho de administração do CCB, disse à Lusa que para a abertura do museu estava preparada uma reformulação da exposição permanente, com “um cruzamento de peças da Coleção Berardo em depósito [no CCB] com a Coleção Ellipse, num alargamento para obras de artistas mais jovens”.

O MAC/CCB abrirá portas numa altura em que ainda decorre o processo de escolha da direção artística, iniciado com um concurso internacional e cuja decisão final está prevista para dezembro, segundo Delfim Sardo.

Em junho, o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, disse que a abertura do MAC/CCB dá início a uma nova fase nos 30 anos de existência do CCB.

O MAC/CCB nasce no seguimento da extinção da Fundação de Arte Moderna e Arte Contemporânea — Coleção Berardo e da denúncia de um protocolo de comodato assinado entre o Estado e o colecionador de arte José Berardo, que teve efeitos a partir de 01 de janeiro deste ano.

A Fundação CCB mantém-se fiel depositária da Coleção Berardo por decisão judicial — com responsabilidade de preservação e fruição pública -, mas as obras estão arrestadas pela justiça desde julho de 2019, na sequência de um processo interposto em tribunal pelo Novo Banco, pela Caixa Geral de Depósitos e pelo BCP, para recuperarem uma dívida de cerca de 1.000 milhões de euros.