A CMA, a Concorrência do Reino Unido, deu luz verde à Microsoft para a aquisição de 69 mil milhões de dólares da Activision Blizzard, após mais de um ano de investigação ao negócio. Depois de ter chumbado a compra, em abril, por considerar que a Microsoft ficaria com uma vantagem competitiva no mercado emergente de gaming na cloud, a dona da Xbox apresentou uma segunda proposta, em agosto.

Nessa versão, a Microsoft cedeu e incluiu uma alínea em que prometeu abdicar dos direitos de jogos na cloud a favor da francesa Ubisoft. Conforme explica a CMA, essa concessão “vai colocar os direitos de streaming na cloud (fora da Área Económica Europeia) para todos os conteúdos de PC e consola da Activision produzidos nos próximos 15 anos nas mãos de uma concorrente forte e independente (…)”.

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No parecer divulgado esta sexta-feira, a CMA diz que, após a análise feita nos últimos meses à versão emendada, decidiu aprovar o negócio nesta versão de “transação mais limitada”. A CMA considera que a concessão “vai impedir a Microsoft de bloquear a concorrência no gaming cloud quando este mercado começa a crescer, preservando preços competitivos e serviços para os clientes britânicos de gaming na cloud”.

“Deixámos uma mensagem clara à Microsoft de que o negócio seria chumbado a menos que respondessem de forma ampla às nossas preocupações”, recorda Sarah Cardell, líder da CMA. Com a venda dos direitos à Ubisoft, Cardell considera que “as pessoas vão ter preços mais competitivos, melhores serviços e mais escolha”.

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Brad Smith, o presidente da Microsoft e quem tem estado mais ligado às reações dos reguladores ao negócio, reagiu na rede social X (antigo Twitter) à aprovação do negócio. “Estamos agradecidos pela análise aprofundada da CMA e pela decisão de hoje”, escreveu. “Ultrapassámos agora o obstáculo final para fechar esta aquisição, que acreditamos que vai beneficiar os jogadores e a indústria de jogos em todo o mundo.”

Também Bobby Kotick, o CEO da Activision, fez uma comunicação aos funcionários sobre a decisão da CMA. Através de um email, que foi tornado público, disse que a empresa “tem agora todas as aprovações necessárias para fechar [a venda]”. “Estamos entusiasmados com o nosso novo capítulo em conjunto com a Microsoft e com as infinitas possibilidades que isso cria para vós e para os nossos jogadores.”

A compra da Activision Blizzard foi anunciada em janeiro de 2022. Várias entidades, incluindo a Comissão Europeia, analisaram o negócio, que promete ser a maior aquisição já feita na indústria dos jogos.

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