O queniano Titus Ekiru, vencedor da maratona de Milão em 2021, com o sexto melhor tempo de sempre, foi suspenso por 10 anos por doping e obstrução à investigação, anunciou esta segunda-feira a Unidade de Integridade do Atletismo (AIU).

O atleta queniano, de 31 anos, também vencedor da meia maratona em Lisboa, com recorde do percurso, vê todos os resultados anulados desde a vitória em Milão, em 16 de maio de 2021, podendo ainda recorrer para o Tribunal Arbitral do Desporto.

Ekiru testou positivo para acetonido de triamcinolona (glucocorticóide) depois de vencer em Milão, mas não foi imediatamente acusado após alegar que o resultado do teste se devia a um tratamento médico legítimo.

Mais tarde, em novembro de 2021, testou positivo para petidina (narcótico) depois de vencer em Abu Dhabi e novamente disse que esse positivo se devia a tratamento médico legítimo.

A AIU refere agora que a suspensão segue-se a uma “investigação aprofundada” que revelou fraude deliberada de Ekiru para obstruir a investigação, bem como conluio com um médico de um hospital queniano.

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Com a ajuda do médico que lhe forneceu os produtos proibidos, manipulou os registos hospitalares para explicar as idas ao hospital e justificar uma injeção que nunca tinha sido registada.

Ekiru apresentou estes documentos como parte da sua defesa inicial, mas as declarações de um alto funcionário médico do governo do Condado de Nandi, no Quénia, ajudaram a provar que os registos hospitalares foram falsificados.

Nas suas conclusões, a AIU afirma: “Com base nas informações recebidas do Hospital, a AIU considerou que as explicações do atleta para o Primeiro Resultado Analítico Adverso e o Segundo Resultado Analítico Adverso não eram genuínas e que os documentos médicos que havia submetido ao corroborar essas explicações eram documentos falsificados/fraudulentos“.

A AIU pede também à Agência Antidopagem do Quénia (ADAK) que envie o caso do médico para as autoridades penais do país, para investigação mais aprofundada.

Ekiru detinha o sexto melhor registo de sempre na maratona, com a vitória em Milão, em 2021, com o tempo de 2h02.57 horas. Todas as suas marcas a partir desse momento são anuladas, numa suspensão que só terminará em 2031.

Subsistem os resultados anteriores, como a vitória numa meia maratona disputada em Lisboa, em 2019, fixando o ainda recorde da prova em 1h00.12 horas.