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O ministro dos Negócios Estrangeiros da Jordânia, Ayman Safadi, afirmou esta quarta-feira que Amã considerará como “uma declaração de guerra” qualquer tentativa de Israel para “expulsar os palestinianos da Cisjordânia”, uma perspetiva também rejeitada pelo Egito.

Para nós na Jordânia, qualquer tentativa para expulsar os palestinianos da Cisjordânia será encarada como uma declaração de guerra”, disse o chefe da diplomacia jordana numa sessão do Conselho de Deputados [parlamento] do reino árabe, e numa alusão a qualquer tentativa de deslocamento forçado de populações promovida pelo Estado judaico.

A Cisjordânia ocupada é o território palestiniano mais próximo da Jordânia, situado na margem ocidental do rio Jordão e sob controlo da Autoridade Nacional Palestiniana. A Faixa de Gaza, também território palestiniano, é controlada pelo movimento islamita Hamas desde 2007.

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A proliferação de colonatos judeus ilegais na Cisjordânia ocupada, apoiados por Israel e com os colonos a exigirem a expulsão de todos os palestinianos do território, é considerada pela ONU a maior ameaça à paz na região.

Deslocar os civis do seu território é um crime de guerra e Gaza, em conformidade com a lei internacional, é um território ocupado”, afirmou Ayman Safadi, ao mencionar a situação vivida naquele enclave palestiniano.

O responsável da diplomacia de Amã sublinhou “não existir nada que justifique o assassinato de milhares de palestinianos”, insistindo que o silêncio não pode ser uma opção perante “o que está a suceder em Gaza”, numa referência aos ataques israelitas que têm visado o enclave.

Nessa perspetiva, o ministro afirmou que Amã está a trabalhar com “o máximo esforço para conter a guerra contínua em Gaza” e impedir a deterioração da situação, enquanto “o mundo não fala sobre os direitos humanos”, atuação que classificou como “uma dupla moral nos critérios éticos” por parte da comunidade internacional.

O nosso argumento não é legal, é ético, humano e de segurança, baseado na lei internacional”, concluiu Safadi.

Na terça-feira, o rei Abdullah II manifestou a “contundente” rejeição da Jordânia a qualquer cenário que implique a deslocação do povo palestiniano do seu território, e ainda a oposição em permitir novas vagas de refugiados na sequência da guerra entre Israel e o Hamas.

No Cairo, o Presidente egípcio, Abdel Fattah al-Sisi, também criticou esta quarta-feira as pressões que tem recebido para permitir o êxodo dos palestinianos da Faixa de Gaza através da fronteira comum com o Egito.

Na sua perspetiva, o estabelecimento de palestinianos nessa zona iria convertê-la num objetivo das operações militares de Israel face a possíveis atos da resistência armada palestiniana.

O endurecimento da linguagem dos países fronteiriços com Israel ocorre após o bombardeamento na terça-feira de um hospital no centro de Gaza atribuído pelo Hamas a Israel, que segundo o Ministério da Saúde local dirigido pelo grupo islamita provocou centenas de mortos.

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O Exército israelita rejeitou as acusações do Hamas e afirmou que a explosão no hospital foi provocada pelo lançamento falhado de rockets por combatentes do grupo palestiniano Jihad Islâmica, que já negou qualquer envolvimento.

O Hamas lançou em 7 de outubro um ataque surpresa contra o território israelita sob o nome de operação “Tempestade al-Aqsa“, com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.

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Em resposta ao ataque surpresa, que as autoridades de Telavive disseram ter provocado 1.400 mortos, Israel desencadeou um bombardeamento generalizado na Faixa de Gaza, numa operação designada “Espadas de Ferro“.

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Desde então, Israel cercou a Faixa de Gaza e prometeu aniquilar o Hamas, que controla o enclave com 2,3 milhões de habitantes.

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Os bombardeamentos israelitas contra Gaza provocaram pelo menos 3.200 mortos, segundo as autoridades do pequeno território situado na costa oriental do Mar Mediterrâneo.