Dois jovens do movimento Climáximo interromperam este domingo a peça Europa, que está em cena no Teatro São Luiz, em Lisboa, para “fazer uma intervenção sobre o significado” do próprio espetáculo “no estado atual do mundo perante a crise climática”.
Em comunicado, o grupo explica que os jovens subiram ao palco no início do espetáculo e afirma que a intervenção foi “recebida com aplausos por parte do público e com apelos” para poderem falar, “a bem da liberdade de expressão”.
Na rede social Instagram, o Climáximo partilhou fotografias do momento em que o espetáculo foi interrompido para escrever o seguinte: “Esta peça é sobre nós, sobre a nossa normalidade, sobre a nossa cumplicidade, sobre a nossa responsabilidade coletiva”. “Eles estão a destruir tudo o que amamos. Neste preciso momento. Deliberadamente. De uma forma coordenada. São as pessoas comuns que têm de assumir a sua responsabilidade, deixar de dar consentimento ao genocídio e ecocídio, e resistir à destruição da civilização”, acrescenta.
Europa é, segundo o grupo climático, uma peça que “conta a ansiedade e o medo de uma aldeia de fronteira”, sendo que, afirma, existem “varias formas de pensar em guerra na Europa: algo que acontece ‘lá’, num lugar abstrato; algo que acontecia ‘antes’ e que agora já não acontece ‘cá’; algo com o qual os países europeus não têm nada a ver; algo que às vezes impacta os países europeus, mas sobre o qual eles não têm responsabilidade”.
No comunicado divulgado este sábado, o Climáximo escreve que “a guerra atual que os governos e as empresas declararam contra as sociedades e o planeta não pode ser compreendida com um distanciamento emocional e pessoal ao assunto”.
Da companhia Artistas Unidos, com encenação de Pedro Carraca, Europa — concebida por David Greig em 1994 — é descrita, no site do Teatro São Luiz, como uma “história íntima sobre privação de direitos, desconexão, amor e saudade, passada numa qualquer cidade europeia perdida num mundo maior”. “A resposta de David Greig à guerra civil nos Balcãs e às forças da globalização, que não perde atualidade na Europa em que vivemos.”
Ao longo das últimas semanas, o Climáximo tem levado a cabo várias ações de protesto, como, por exemplo, partir o vidro da monta da loja Gucci na Avenida da Liberdade, em Lisboa, ou cortar o trânsito na Segunda Circular em hora de ponta.
Ativistas climáticos partem montra de loja na Avenida da Liberdade. Loja não apresenta queixa