O Ministério da Saúde do movimento islamita palestiniano Hamas anunciou que pelo menos 50 pessoas morreram num bombardeamento israelita a um campo de refugiados no norte da Faixa de Gaza esta terça-feira. O bombardeamento, cujo balanço final poderá ser consideravelmente mais elevado, segundo o ministério, destruiu “pelo menos 20 edifícios” no campo de refugiados de Jabalia.

O exército israelita confirmou a autoria do bombardeamento, dizendo que matou um comandante do Hamas, Ibrahim Biari, suspeito de ser um dos responsáveis pelo ataque do movimento palestiniano contra Israel em 7 de outubro. “A sua eliminação ocorreu como parte de uma grande operação para combater terroristas e infraestruturas terroristas pertencentes ao Batalhão Central de Jabalia, que assumiu o controlo de edifícios civis na Faixa de Gaza”, disse o Exército.

Em conferência de imprensa, Daniel Hagari, porta-voz das Forças de Defesa de Israel, declarou que foram “mortos vários terroristas”. “Terroristas que estavam com ele [Ibrahim Ibari] dentro de um edifício e também nos túneis subterrâneos”, cita a Sky News.

Num vídeo filmado pela AFPTV, é possível contar pelo menos 47 corpos cobertos por lençóis alinhados no chão da entrada de um hospital, depois de terem sido retirados dos escombros. As imagens mostram também uma enorme cratera e a destruição causada pelo bombardeamento.

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“Massacre de Jabalia, mais de 20 edifícios foram destruídos sobre as cabeças dos seus habitantes e mais de 50 mártires chegaram ao hospital”, indicou o ministério num comunicado à imprensa. Dezenas de habitantes do campo de refugiados “encontram-se ainda sob os escombros”, acrescentou.

“Ouvi uma enorme explosão que abalou toda a cidade de Jabalia. Fui ver, e era um cenário como o de um sismo”, disse um residente no campo, Ragheb Aqel, de 41 anos. “É horrível, há tantos cadáveres, tantos feridos, tantos pedaços de corpos soterrados sob os escombros”, acrescentou.

Fontes hospitalares contactadas pela agência noticiosa espanhola Efe indicaram que ataque fez pelo menos 145 mortos. De acordo com estas fontes, pelo menos 90 cadáveres foram transportados para o Hospital Indonésio da Faixa de Gaza, ao passo que outros 55 foram levados para o centro Camal Adwan, ambos no norte do enclave palestiniano.

Esta terça-feira, ao meio-dia local (10h00 de Lisboa), o Ministério da Saúde do Hamas, no poder na Faixa de Gaza desde 2007, anunciou que 8.525 pessoas, incluindo 3.542 crianças, tinham sido mortas naquele território palestiniano desde o início da guerra com Israel.

Esta guerra foi desencadeada por um ataque sem precedentes realizado pelo movimento islamita palestiniano (classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel) no território israelita a 7 de outubro, que fez mais de 1.400 mortos, na maioria civis, segundo as autoridades israelitas.