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Uma família de nove pessoas, incluindo duas crianças, foi morta a tiro em casa, na cidade de Volnovaja, na região de Donetsk, na parte desta província do sul da Ucrânia ocupada pela Rússia. As autoridades ucranianas acreditam que o assassínio tenha sido cometido por militares russos a 27 de outubro depois de a família se ter recusado a ceder a sua casa.

“Não há dúvida de que as mãos ensanguentadas dos russos estão envolvidas”, escreveu o Provedor de Justiça ucraniano, Dmytro Lubinets, no Telegram, acrescentando: “De acordo com dados preliminares, os ocupantes mataram toda a família Kapkanets, que estava a celebrar um aniversário quando se recusou a ceder a sua casa aos ocupantes chechenos.”

O gabinete do procurador de Donetsk, que não tem acesso àquele território ocupado pela Rússia, indicou que “pessoas de aparência caucasiana vestidas com uniformes militares” apareceram, durante o mês de outubro, na casa da família, à qual pediram para sair para que uma unidade do exército russo pudesse ser alojada no local.

Depois de o pai ter recusado o pedido, os atacantes regressaram à casa no dia 27 e abriram fogo sobre todos os membros da família enquanto dormiam. Entre as vítimas estão três mulheres e duas crianças nascidas em 2014 e 2018.

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Uma vez que a Ucrânia e a Rússia estão a investigar o ataque em separado, o Comité de Investigação Russo descreveu os atacantes como dois soldados russos “provenientes do Extremo Oriente”, que tinham assinado contratos com as forças armadas russas. Os dois foram detidos pelas autoridades russas como responsáveis pela morte da família. “De acordo com as informações preliminares, o motivo do crime foi um conflito doméstico”, declarou o comité em comunicado, citado pela BBC News.

No Telegram, o canal de notícias russo Astra avançou que a família era composta pela mãe, Tatyana Kapkanets — cujo aniversário foi celebrado —, o pai, Eduard, e os seus filhos, Andrei e Alexander. A mulher de Andrei, Natasha, os seus dois filhos, Nikita, de 4 anos, e Nastya, estudante da escola primária, também foram mortos, assim como a mulher de Alexander, Ekaterina, e o seu irmão, Dmitry Khotinsky, de 19 anos.

O Astra citou ainda os vizinhos das vítimas, culpando os militares russos pelo assassínio: “Todos foram mortos  com tiros na cabeça. Nas camas. A casa foi inundada com água, aparentemente para esconder as provas. Todos os vizinhos dizem que os assassinos são militares. Ninguém foi detido, toda a gente está agora assustada”.