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No 615.º dia de guerra, o mundo acordou com a frase: “Uma família foi morta a tiro enquanto dormia”. A mesma foi proferida pelo Ministério Público ucraniano, referindo-se ao homicídio de nove civis da mesma família — incluindo duas crianças — que ocorreu na cidade de Volnovaja, na parte desta província do sul da Ucrânia ocupada pela Rússia.

Segundo as informações recolhidas pelos procuradores ucranianos, que não têm acesso a este território ocupado pela Rússia, “pessoas de aparência caucasiana vestidas com uniformes militares” apareceram, este mês, na casa da família, à qual pediram para sair para que uma unidade do exército russo pudesse ser alojada no local.

Perante esta ordem, o pai, de 53 anos, recusou e foi ameaçado pelos soldados, que regressaram a 27 de outubro e abriram fogo sobre todos os membros da família enquanto dormiam. “Entre os mortos estão três mulheres e duas crianças nascidas em 2014 e 2018”, refere a nota.

Nove pessoas da mesma família foram assassinadas em Donetsk, região sob domínio de Moscovo. Dois soldados russos foram detidos

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Desta forma, foi aberta uma investigação e dois soldados russos “provenientes do Extremo Oriente” foram detidos pelas autoridades russas como responsáveis pelo massacre, anunciou o Comité de Investigação Russo (CIR). Mas este não é o único ataque a ser investigado pelas autoridades.

Também durante a manhã, a ONU revelou que o Alto Comissariado para os Direitos Humanos encontrou “dados fundamentados” para concluir que o ataque que vitimou 59 pessoas numa mercearia e num café na aldeia de Hroza foi lançado pelas forças russas.

“Esta terça-feira, publicamos um relatório sobre os acontecimentos de 5 de outubro que conclui que existem motivos fundamentados para acreditar que o míssil foi lançado pelas forças armadas russas e que não havia indicação de estar pessoal militar ou quaisquer outros alvos militares legítimos no café, ou nas suas imediações, no momento do ataque”, pode ler-se no comunicado oficial.

O que aconteceu durante a noite?

  • Artistas ucranianos e agências governamentais do país estão a pedir à União Europeia que cancele o festival de cinema europeu que está marcado para a Rússia, escreve o Kyiv Independent.
  • Ramesh Rajasingham, diretor de coordenação do gabinete humanitário das Nações Unidas, apelou ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para “não perder o foco” da Ucrânia.
  • A Marinha portuguesa reportou hoje que acompanhou a passagem de um navio russo na costa portuguesa. De acordo com um comunicado publicado no website, “o NRP Setúbal e o NRP Viana do Castelo, através da monitorização diária do Centro de Operações Marítimas da Marinha e do empenhamento de meios navais, efetuaram, desde o dia 25 de outubro até ontem, dia 30 de outubro, o acompanhamento de um navio de investigação científica da Federação Russa, o Akademik Fedorov, durante a sua passagem pela Zona Económica Exclusiva Portuguesa”.
  • O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, apelou hoje para que a guerra de Gaza não enfraqueça a “vontade e capacidade” dos membros da Aliança Atlântica para apoiar a Ucrânia.
  • O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, defendeu hoje perante o Senado a continuação da atribuição de apoios de milhares de milhões de dólares à Ucrânia e Israel, para contrariar Rússia e Irão.

O que aconteceu durante a manhã e início da tarde?

  • O Ministério Público em Donetsk está a investigar o assassínio de nove civis da mesma família, incluindo duas crianças, na cidade de Volnovaja, na parte desta província do sul da Ucrânia ocupada pela Rússia.
  • A Rússia perdeu mais de 300 mil soldados na invasão à Ucrânia, segundo o último balanço de baixas russas apresentado hoje pelo Estado-Maior ucraniano.
  • O Ministério das Finanças francês revelou, citado pelo The Guardian, que o magnata russo Alexey Kuzmichev foi detido em França para interrogatório por alegada evasão fiscal e branqueamento de capitais e por violação de sanções internacionais.
  • Dmitry Peskov afirmou que a Rússia pode defender os direitos do magnata russo Alexey Kuzmichev, detido em França, assim que Paris forneça mais informações sobre o caso, avançou a Reuters.
  • Na sequência dos ataques antissemitas ao aeroporto russo de Uytash, o Presidente russo e os principais responsáveis governamentais e de segurança discutiram o reforço das medidas de luta contra a interferência externa, informou o Kremlin, citado pelo The Guardian.
  • Cerca de um mês depois de uma mercearia e um café na aldeia ucraniana de Hroza terem sido atingidos, provocando a morte de 59 pessoas, a ONU revelou que o Alto Comissariado para os Direitos Humanos encontrou “dados fundamentados” para concluir que o ataque foi lançado pelas forças russas.