Um primeiro golo de Gündogan logo a abrir deu o mote para um jogo de sonho, o empate de Bellingham fez pairar algumas dúvidas, o bis do inglês em período de descontos tornou-se um autêntico pesadelo. Naquele que foi o primeiro clássico da temporada, o Barcelona sofreu a primeira a derrota na Liga frente ao Real em Montjuïc mas as ondas de choque chegaram também, ou sobretudo, no final do encontro perante a postura frontal do internacional alemão que chegou este verão do Manchester City na análise do que viu a seguir ao apito final do jogo que deixou os blaugrana na quarta posição também atrás de Girona e Atl. Madrid.
“Venho do balneário e vejo toda a gente desiludida, mas depois de um resultado tão desapontante num jogo destes, gostava de ter visto mais revolta. Isso é parte do problema. Temos de mostrar mais emoção quando perdemos e reagir quando sabemos que podíamos ter feito melhor. Também tenho responsabilidade. Temos de dar um passo em frente, ser mais resilientes, caso contrário o Real e até o Girona vão fugir”, atirou o médio de 33 anos, habituado a grandes palcos e compromissos mas ainda a dar os primeiros passos nesta nova aventura na Catalunha após brilhar no B. Dortmund e no Manchester City (onde foi campeão europeu).
Toda a estrutura do Barcelona não demorou a desmentir qualquer incómodo pelas palavras, incluindo o novo diretor desportivo Deco, mas havia alguns sinais de que nem tudo poderia ser assim tão claro como se viu no pormenor da “fuga” do jogador à fotografia conjunta de todos os elementos do clube presentes na gala da Bola de Ouro. Xavi Hernández, treinador também ele habituado a ganhar, colocou-se ao lado do jogador. “O conformismo não existe no ADN do Barça, trabalhamos para atingir a excelência. Estamos de acordo com o que ele disse. Perdemos o clássico por erros nossos. Não criou nenhuma polémica no balneário. Aquilo que ele fez foi expressar a irritação que todos tinham por dentro. A cultura de Gundögan é diferente da nossa. No outro dia o Bayern perdeu e o Müller fez críticas públicas, não criou qualquer polémica”, salientou.
Ilkay Gundogan called out his Barcelona teammates for their lack of passion after the club's El Clasico loss ????
'I didn't come here to lose these type of games'.
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— Optus Sport (@OptusSport) October 29, 2023
Com ou sem problemas, polémicas ou azias à mistura, o Barcelona sabia que o Atl. Madrid tinha perdido já esta jornada com o Las Palmas mas que o Girona reforçara a liderança com novo triunfo e que o Real em condições normais passaria também no Bernabéu com o Rayo Vallecano. Pior: teria uma das deslocações mais complicadas na prova ao País Basco diante da Real Sociedad tendo um registo de visitante com apenas duas vitórias pela margem mínima e três empates nos cinco encontros realizados nessa condição. Agora, as dificuldades voltaram a ser mais do que muitas, naquele que foi o jogo menos conseguido de João Félix desde que chegou aos culé. No entanto, e num autêntico golpe de teatro, ganhou mesmo nos descontos.
???????? Real Sociedad ???? Barcelona
Duro golpe sofrido pela Real Sociedad antes da receção ao SLB
Barça marcou golo da vitória aos 90+2', num jogo em que Marc-André ter Stegen ???????? foi, de longe, o melhor em campo ⭐️#LaLiga #RealSociedadBarca #RatersGonnaRate pic.twitter.com/hx8I4tTdXe
— GoalPoint (@_Goalpoint) November 4, 2023
A partida começou a um ritmo frenético mas com sentido único, com a Real Sociedad literalmente a engolir o Barcelona e a criar três oportunidades flagrantes em menos de três minutos: Barrenetxea deixou o primeiro aviso para uma grande defesa de Ter Stegen (25”), Oyarzabal aproveitou um erro crasso de Koundé para ficar próximo de marcar (2′) e na sequência do canto Mikel Merino apareceu a desviar de cabeça em mais um lance com muito perigo (3′). Os catalães nem do meio-campo passavam sendo que o avançar dos minutos acabou por acalmar esse forcing dos bascos, sem problema em recorrerem à falta para “matarem” lances que pudessem criar perigo em transição e sempre de olhos centrados na baliza contrária como voltou a acontecer num remate cruzado de Kubo travado por Ter Stegen. Em condições normais, a equipa da casa iria sair na frente para o intervalo mas o nulo manteve-se até ao final dos 45 minutos iniciais, que chegaram com o português João Félix a protestar uma grande penalidade não marcada num lance 1×1 contra Zubeldia.
Penalti claríssimo no Joao Felix e nada da arbitragem marcar. pic.twitter.com/jvjJahBk2n
— Gossip do Barça (@gossipdofcb) November 4, 2023
Mesmo sem a mesma capacidade de assédio à baliza dos visitantes, a segunda parte recomeçou com a Real Sociedad mais uma vez a forçar em termos ofensivos para chegar à vantagem, neste caso com Kubo a ter a melhor oportunidade sozinho na área mas a desviar ao lado (54′). O Barça, que antes do intervalo estava a tentar sair mais na frente, continuava a ser pouco mais de zero no plano ofensivo, com Lewandowski a sair aos 59′ para o regresso de Pedri à competição (Ferran Torres também entrou para o lugar de Fermín López) mas os minutos passavam sem que o nulo fosse desfeito, agora também sem João Félix e João Cancelo em campo para as entradas de Lamine Yamal e Raphinha. Mais uma vez, tudo na mesma e com Barrenetxea a colocar de novo à prova Ter Stegen (70′), de longe a melhor unidade que conseguiu segurar o nulo a par de Ronald Araújo, central que no segundo minuto de descontos foi à área contrária marcar o 1-0 após assistência de Gündogan num lance invalidado pelo assistente mas considerado legal por ação do VAR.
Que bola do Gundogan para Araújo a decidir o jogo ????
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