O juiz de instrução Manuel García Castellón vai abrir uma investigação por suspeitas de terrorismo ao movimento Tsunami Democràtic e indicia o ex-Presidente da Generalidade da Catalunha, Carles Puigdemont, a secretária-geral da Esquerda Republicana da Catalunha, Marta Rovira e outras sete pessoas, segundo avança a agência Efe.
Enquanto Rovira e os outros suspeitos foram convocadas pelo magistrado, Carles Puigdemont, por ser eurodeputado, foi convidado a comparecer de forma voluntária. A decisão do juiz foi tomada depois de ser conhecido o relatório da Guardia Civil onde foi concluído que Marta Rovira foi a coordenadora do movimento.
Logo após a notícia, e num momento em que estão em andamento as negociações entre o PSOE e o Juntos pela Catalunha, Carles Puigdemont acusa as autoridades espanholas de estarem a levar a cabo um “golpe de estado permanente”, tendo em conta que o ex-presidente da Catalunha tem colocado exigências que têm atrasado as conversações.
“¡A por ellos!”, per no perdre el costum. És el cop d’Estat permanent que tant els agrada de reviure, sigui amb sabres o sigui amb togues. Mentre no tanquin la porta que va obrir el rei amb el discurs del 3 d’octubre, sempre se sentirà pudor de claveguera. https://t.co/StZy1SXXoj
— krls.eth / Carles Puigdemont (@KRLS) November 6, 2023
De acordo com a Efe, o Ministério Público espanhol vai recorrer da decisão do juiz de levar o caso à justiça, com fontes judiciais a considerarem que as atuações deste movimento não encaixam no crime de terrorismo.
Em 2019, o movimento Tsunami Democràtic tomou conta das ruas da Catalunha pela independência da região — tendo até conseguido bloquear o aeroporto de Barcelona. O grupo defendia a autodeterminação e a independência da Catalunha e mostrava-se disposto a lutar e a fazer o que fosse preciso para o conseguir. “Sem violência”, segundo assegurava.
O movimento surgia como anónimo, embora com a aprovação do Juntos Pela Catalunha (JxCat), da Òmnium Cultural e da Assembleia Nacional da Catalunha, e na altura, o El País garantia que o movimento nasceu depois de uma reunião entre os principais líderes independentistas em Genebra, na Suíça, que contou com a presença do ex-presidente do governo regional da Catalunha, Carles Puigdemont, e do seu substituto, Quim Torra. É no seguimento das ações do grupo que o ex-presidente da Catalunha é agora chamado a responder na justiça.
Tsunami Democràtic. Que movimento é este que já levou milhares a sairem à rua na Catalunha?