Na antevisão do dérbi deste domingo, ao longo da semana, Rúben Amorim tinha deixado uma nota de confiança pouco habitual desde que chegou ao comando técnico do Sporting. “Marquês? Espero estar lá este ano”, atirou o treinador leonino, assumindo-se como candidato à conquista do Campeonato ainda em novembro. Algo que em 2020/21, quando realmente foi campeão nacional, só fez praticamente na última jornada.

A ironia do futebol fez com que Rúben Amorim perdesse a liderança da Primeira Liga no dérbi contra o Benfica, com os encarnados a carimbarem a reviravolta com dois golos nos descontos depois de o Sporting ter ficado em inferioridade numérica ainda no início da segunda parte, devido à expulsão de Gonçalo Inácio por acumulação de cartões amarelos. Os leões estão agora no segundo lugar da classificação, ainda que em igualdade pontual com o líder Benfica, e partem para a pausa para os compromissos internacionais depois da primeira derrota da época nas provas internas.

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Na zona de entrevistas rápidas, depois do final do jogo e claramente com a voz a falhar, o treinador leonino fez uma breve análise ao dérbi da Luz. “Foram duas situações no fim, uma bola parada e depois um lance em que sofremos bastante com o golo. Tínhamos tudo controlado, o Benfica não tinha criado grandes ocasiões. Há dias assim, em que acaba por ser muito injusto e foi essa a história do jogo. Mesmo com 10… Não atacámos tanto, mas fomos uma equipa no controlo do jogo, de forma diferente do que a jogar com 11, mas o fim do jogo acaba por ser muito injusto”, começou por dizer, abordando depois a maneira como a equipa reagiu à expulsão de Gonçalo Inácio.

“Demos um bocadinho para pensar. Depois metemos o Nuno Santos, porque o [Matheus] Reis estava a sofrer muito, o St. Juste para fazer o trio de centrais e o Paulinho porque o Benfica só criava perigo com cruzamento e nós não tínhamos ligação nessa altura. O foco era as bolas paradas, as segundas bolas, ter um jogador mais forte ali, até porque o Morita já estava cansado. Acabámos por cumprir em tudo, menos últimos minutos, e perdemos”, acrescentou Amorim, reconhecendo que a derrota “afeta” o grupo, mas sublinhando que o Sporting foi “a melhor equipa”.

Mais tarde, já na sala de imprensa, o treinador voltou a abordar o momento da expulsão de Gonçalo Inácio. “É óbvio que se olharmos para os momentos do jogo parece que foi tudo contra nós. A culpa não é do Inácio, é minha. Vou falar com ele, mas é adulto, ele está a sair de campo e já está a sentir o que fez. Mas a responsabilidade é minha, aguentamos pelos nossos colegas. Limitou-nos muito, não foi um bom dia para o Inácio e para nós. Temos de agarrar as coisas boas. Não tem nada a ver com o ano passado, em que até empatámos aqui e estávamos numa fase má. Aconteceu, não tem nada a ver com o ano passado, estávamos bem e vamos continuar bem”, terminou.

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