Com apenas o Polestar 2 no mercado, a marca escandinava do universo Geely Holding anunciou que, nesta quarta-feira (15), arrancou o fabrico do Polestar 4 nas instalações da Geely na Baía de Hangzhou, na China. Mas não vai ficar por aí, mais uma vez graças aos “tentáculos” da companhia chinesa que, além de deter na totalidade ou parcialmente várias marcas europeias – Volvo e Smart são, respectivamente, exemplos disso – tem um alcance que chega à Coreia do Sul, através de uma joint venture com a Renault e a Samsung na Renault Korea Motors (RKM). É precisamente esta associação que vai permitir que a fábrica de Busan, que nunca produziu um único veículo eléctrico, passe a ser responsável pelos Polestar 4 destinados não só à Coreia do Sul, mas também (e sobretudo) aos Estados Unidos da América.

“O Polestar 4 será o primeiro veículo totalmente eléctrico a bateria produzido na fábrica de Busan, simbolizando a renovação da Renault Korea Motors e a nossa ambiciosa visão para o futuro. Estamos muito orgulhosos desta nova parceria e gratos à marca Polestar pela confiança”, declarou, em comunicado, o CEO da RKM, Stéphane Deblaise.

A fábrica de Busan é a maior do Grupo Renault na Ásia

Por seu turno, o CEO da Polestar prefere deixar a porta aberta a futuras subcontratações de fabrico deste tipo. “De uma perspectiva mais ampla, vemos mais oportunidades para a Renault Korea Motors num futuro próximo, graças aos nossos fortes accionistas, Grupo Renault e Grupo Geely”, disse Thomas Ingenlath. O mesmo aproveitou ainda a oportunidade para ressaltar a importância, para o sucesso da marca, de alargar a base produtiva: “Com o Polestar 3 a caminho de iniciar a produção em Chengdu, na China, no princípio de 2024, e na Carolina do Sul, nos EUA, no próximo Verão, em breve teremos operações de produção em cinco fábricas, em três países, apoiando as nossas ambições de crescimento global.”

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Mas o “em breve” ainda vai demorar um pouco. Isto porque o que está previsto é que o SUV coupé nórdico só vai começar a ser produzido na Coreia do Sul a partir do segundo semestre de 2025. Até lá, Hangzhou vai continuar a abastecer o mercado global e isso permite à Polestar regozijar-se pelo facto de o 4 ter “a pegada de carbono mais baixa de qualquer modelo Polestar no lançamento”. Também não houve muitos mais (só o PHEV Polestar 1 e, agora, o Polestar 2), mas tal não retira importância às credenciais ecológicas da fábrica de Hangzhou que, entre outras medidas, deita mão a energias renováveis, contém custos energéticos e adopta algumas práticas para reduzir a poluição da água.

Primeiro modelo da Polestar que troca o óculo traseiro por uma” janela virtual”, o Polestar 4 vai começar a chegar aos compradores chineses ainda este ano, desaguando no início do próximo nos restantes mercados. Por enquanto, por cá, ainda não foram avançados preços para o “Polestar mais rápido de sempre” (0-100 km/h em 3,8 segundos), com 600 km de autonomia na versão com apenas um motor traseiro (272 cv de potência e 343 Nm), ou 560 km na versão AWD, a mais potente (544 cv/686 Nm).