De possibilidade remota passou a probabilidade forte até se tornar uma certeza: a revisão estatutária em concurso no FC Porto foi retirada e, consequentemente, a continuação da Assembleia-Geral Extraordinária que foi interrompida pelos desacatos da passada segunda-feira deverá ser cancelada.
A decisão foi tomada por unanimidade na sequência da reunião do Conselho Superior dos dragões — liderado por inerência pelo presidente da Mesa da Assembleia Geral, José Lourenço Pinto –, que decorreu ao final da tarde desta quinta-feira. Com a revisão estatutária retirada da apreciação dos sócios e tendo em conta que era esse o ponto principal da ordem de trabalhos da Assembleia-Geral Extraordinária convocada para a passada segunda-feira, a reunião magna fica assim esvaziada de objetivo e consequentemente cancelada.
“O condicionamento criado à já mencionada Assembleia Geral, e o empolamento artificialmente criado pela comunicação social e redes sociais, tiveram como resultado os lamentáveis incidentes a que assistimos, convertendo uma importante Assembleia num momento de primárias incendiadas”, pode ler-se no comunicado do Conselho Superior, no qual se anuncia a retirada do projeto estatutário: “Nesse sentido e por unanimidade, no superior interesse do Clube, decidiu este Conselho retirar a proposta de alteração dos Estatutos, contribuindo, desta forma, para apaziguar o divisionismo que se quer criar na família portista”.
Ainda assim, este órgão consultivo fez questão de referir que considera que proposta de estatutos remetida à AG é “boa e rigorosa, salvaguardando inteiramente os interesses do clube e dos seus associados”. Para ser implementada, a revisão estatutária em questão precisava de um mínimo de 75% de aprovação dos sócios presentes na Assembleia-Geral.
Na passada segunda-feira, Jorge Nuno Pinto da Costa mostrou-se contra a proposta: que inclui, entre outros pontos, que um sócio com 18 anos não pode votar nas eleições mesmo que tenha mais anos de filiação na categoria júnior. Adicionalmente, o presidente do FC Porto garantiu que tinha um “acordo” com o presidente da MAG para que as eleições acontecessem mesmo em abril, já que a mesma alteração aos estatutos indicava que o ato eleitoral poderia decorrer até junho do próximo ano.