A realizadora portuguesa Rita Azevedo Gomes vai receber na sexta-feira um prémio de carreira no Festival do Documentário e da Curta-Metragem de Bilbau (Zinebi), em Espanha, revelou a organização.

A cineasta, que é distinguida com o Mikeldi de Honra, no fecho da 65.ª edição do Zinebi, teve quinta-feira um encontro com a imprensa, no qual manifestou gratidão pelo prémio, apesar de ter admitido que o seu cinema “tem estado um pouco esquecido e na sombra”.

“É muito complicado fazer cinema, porque é algo que te leva a vida inteira, te consome toda a energia, mas momentos como este fazem pensar que, apesar de tudo, valeu a pena”, afirmou Rita Azevedo Gomes, citada pela agência Efe.

Para o festival, o cinema de Rita Azevedo Gomes é “uma prova das possibilidades de conciliação da experimentação, do documental e da narrativa”, lê-se em nota de imprensa.

Aos jornalistas, Rita Azevedo Gomes disse que para ela o cinema é “uma forma de estar na vida, de viver, de sentir-se viva”.

“Quando não faço cinema, é claro que continuo a viver, faço a minha vida diária, estou com a família, mas não me sinto verdadeiramente viva. O cinema tem essa capacidade de me fazer sentir viva”, admitiu.

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Rita Azevedo Gomes, 71 anos, com formação em artes plásticas, trabalha em cinema desde os anos 1970 em várias funções, desde assistente de realização a figurinista.

Estreou-se na realização em 1990, com “O som da terra a tremer”, filme que fez parte da programação do festival basco.

É ainda autora de filmes como “Frágil como o mundo” (2001), “A vingança de uma mulher” (2012), “A portuguesa” (2018) e o mais recente “Trio em Mi Bemol”, a partir de uma peça de teatro de Eric Rohmer.

Em entrevista à agência Lusa, no final de 2022, Rita Azevedo Gomes disse que um dos próximos projetos seria a adaptação do romance “O sermão do fogo”, de Agustina Bessa-Luís.

A programação do Festival do Documentário e da Curta-Metragem de Bilbau contou com a presença de vários filmes portugueses: “Entre a luz e o nada”, de Joana de Sousa, “Dildotectonics”, de Tomás Paula Marques, “Memórias de uma casa vazia”, de Bruno Carnide, “Nocturno para uma floresta”, de Catarina Vasconcelos, e ainda “Strata incognita”, correalizado por Romea Muryn, Francisco Lobo, Amaia SánchezVelasco e Jorge Valiente Oriol.