A um mês de se saber quem será o novo líder do partido, Pedro Nuno Santos resumiu o cenário da corrida interna do PS para secretário-geral. “Tenho o apoio de mais de dois terços da bancada parlamentar do Partido Socialista e da esmagadora maioria das federações do PS. Portanto a questão que coloco é: quem é que é herdeiro do quê?”, lançou este domingo, em Coimbra, onde esteve reunido com estruturas de campanha. Pelas contas feitas pelo Observador, no caso do grupo parlamentar, tal como nas federações do partido, Pedro Nuno Santos parte com vantagem.

Empenhado em mobilizar “o eleitorado do PS, mas não só”, combatendo a direita, “que se prepara para se juntar toda”, o ex-ministro deixou claro: “O meu foco e o foco desta candidatura é derrotar a direita e nada mais do que isso”.

Luta no PS também se faz na bancada parlamentar. Pedro Nuno vai à frente, mas ainda há incógnitas

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“Neste momento estamos numa disputa interna e esperaria que o meu adversário tivesse o mesmo foco e a mesma concentração no combate à direita. Infelizmente não é isso que tem acontecido. O meu adversário interno tem preferido dirigir-me mais ataques a mim do que à direita”, acusou. Pedro Nuno Santos criticou ainda José Luís Carneiro por este defender “que o PS deva ser muleta de um governo do PSD” nas eleições antecipadas de março do próximo ano.

Sobre a autonomia estratégica do Partido Socialista, frisou: “Se há alguém que sabe como garantir a autonomia estratégica do Partido Socialista sou eu”, elencando o seu protagonismo no centro da geringonça.

Já ao final da tarde, José Luís Carneiro respondeu a Pedro Nuno Santos: “Não aceito lições de como se deve combater a direita”, recordando ter começado a vida política “muito jovem”, ganhando uma câmara municipal ao PSD e ganhou ao CDS.

Não se alongando nas declarações, dizendo gostar “muito do meu camarada e tem de haver muita tranquilidade na campanha e para enfrentar desafios do país”.

Em declarações aos jornalistas à margem de um encontro com militantes no Porto, transmitidas pela CNN Portugal, José Luís Carneiro acrescentou que “temos um longo caminho para conversas entre nós [com Pedro Nuno], somos camaradas e amigos, e com militantes, com os portugueses”. Garante ter muitos milhares de militantes do país a apoiá-los: “uns mais conhecidos e outros menos conhecidos”. É, assegurou, “um movimento em grande crescimento”, reforçando que a luta dentro do PS está a ser travada entre “dois camaradas que nos estimamos”.

José Luís Carneiro disse, ainda, que vai apresentar uma proposta “importante” e “inovadora” para as PME, sem dizer qual era a proposta.