O aviso de que o vulcão Fagradalsfjall podia “entrar em erupção a qualquer momento” chegou há uma semana. A ansiedade e a preocupação crescem na população que, com a atividade sísmica recorrente e o aumento do dióxido de carbono na atmosfera, tem cada vez mais medo de um possível Dia D. Mas esse pode estar para breve e afetar mais regiões do que se pensava.
Vulcão na Islândia “pode entrar em erupção a qualquer momento”. Quais os possíveis impactos?
Pelo menos, são essas as conclusões da mais recente avaliação de perigo do Gabinete Meteorológico Islandês, que decidiu expandir a aérea considerada perigosa devido a terramotos.
— Dewi Eirig Jones ???????????????????????????? (@DewiEirig) November 20, 2023
De acordo com o mapa divulgado, Hagafell, a noroeste de Grindavík, é a zona de maior risco que “fica a meio caminho do corredor de magma de 15 quilómetros”, explica a Live Science. Desta forma, a localidade está identificada a roxo, pois está sediada na zona mais provável de ocorrência de erupção e de abertura de uma fissura que possa libertar lava.
Já a cidade de Grindavík — que foi evacuada há dez dias, após terem sido registados diversos danos, como a abertura de fendas nas estradas e terras — está localizada na zona vermelha, o que significa que continua na área de “perigo devido a erupções vulcânicas, incluindo abertura de fissuras, fluxo de lava e contaminação por gases perigosos”, mas com risco menor do que a roxa.
Finalmente, a cidade de Svartsengi está localizada na zona amarela e faz parte da nova extensão do mapa, que envolve as regiões com perigo de experienciarem terramotos.
Segundo o diretor de Serviços de Pesquisa do Gabinete Meteorológico Islandês, Matthew Roberts, a nova avaliação e ampliação do mapa serve não só para “dar às pessoas mais informações do que esperar das aberturas de fissuras e da poluição de gases”, como para alertar para o aumento de terramotos esta semana.
Atividade sísmica perdura na Islândia sem sinais de erupção vulcânica
“Pode não ser agora, mas nos próximos dias poderá haver um aumento da atividade sísmica”, explicou à televisão pública islandesa RUV. Isto porque, segundo o próprio, as “elevações terrestres podem ser acompanhadas por outro influxo de magma ou pela intrusão no que se tem vindo a formar”, levando assim a um aumento de terramotos.
O diretor aponta, no entanto, que o mapa está em constante evolução e que deve ser atualizado novamente esta semana.
Esta segunda-feira, as autoridades islandesas voltaram a reforçar “o risco elevado de erupção nos próximos dias”, dizendo, contudo, que não podiam “quantificá-lo com exatidão”.
Estas foram as palavras de Víðir Reynisson, diretor da Proteção Civil, numa conferência de imprensa, onde acrescentou ainda que os cerca de 4.000 habitantes que foram retirados de Grindavík poderão continuar a regressar em grupos, mas que, quer haja ou não uma erupção, é improvável que regressem permanentemente às suas casas durante “alguns meses”.
Além de ter feito uma nova avaliação, o Gabinete Meteorológico revelou que esta segunda-feira foram registados cerca de 700 sismos, o maior com uma intensidade de 2,7 na escala de Richter, entre a meia-noite e as 11h50, e que nos últimos dias se registaram entre 1.500 e 1.800 sismos, em média.
As autoridades continuam a construir barragens de proteção contra lava, de seis a oito metros de altura, em torno da central elétrica de Svartsengi e da Lagoa Azul, o famoso spa geotérmico da região, cujo encerramento foi prorrogado pelo menos até ao dia 30 de novembro.
A Islândia é uma ilha vulcânica situada no Atlântico Norte, com uma população de cerca de 370.000 habitantes e uma superfície de mais de 100.000 quilómetros quadrados.