A Islândia prepara-se para aquela que pode ser a erupção vulcânica mais destrutiva dos últimos tempos. A cidade de Grindavik, no sudoeste da ilha no Oceano Atlântico Norte, com cerca de 3.600 de habitantes, foi evacuada e também foi interditado o acesso a várias zonas na região, devido ao risco criado pela deformação das planícies, com fendas que se estendem pelas estradas agora intransitáveis.

Planeia-se a construção de um muro à volta da baía desta zona islandesa, a cerca de 50 quilómetros da capital, Reiquiavique, para travar a lava.

Desde a meia noite deste domingo, dia 12, já foram registados mais de 2.000 sismos, de acordo com a informação citada pelo Notícias ao Minuto.

As pessoas que foram obrigadas a sair das suas casas pediram para voltar para buscar os seus bens mais preciosos, mas, devido ao perigo iminente, as autoridades só lhes concederam cinco minutos para recolherem o que pudessem levar.

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Os canis estão a ajudar e a abrigar os animais de estimação. Todo o país está em estado de alerta para aquela que pode ser uma das mais fortes erupções vulcânicas dos últimos tempos, e que fechou já uma das principais atrações turísticas daquela zona: a Lagoa Azul (a apenas seis quilómetros).

O Gabinete Meteorológico da Islândia reportou, este domingo, cerca de mil novos sismos registados desde a meia-noite, à volta Grindavik, que fica no sudoeste da ilha. Apesar de serem de menor intensidade do que os que vinham sendo sentidos nos últimos dias (na ordem dos 3/3,5 graus de magnitude), o grau de risco de erupção vulcânica não diminuiu, e pode acontecer a qualquer momento.

“Desde a manhã de 11 de novembro, a atividade sísmica na intrusão de magma permaneceu bastante constante. Desde a meia-noite de 12 de novembro, foram registados cerca de mil sismos dentro dos limites da barragem, todos eles de magnitude inferior a 3”, lê-se no comunicado do Gabinete Meteorológico da Islândia, emitido ao final da manhã, quando foi feito o último ponto da situação.

Uma barragem vulcânica corresponde a intrusões de material vulcânico, em estado líquido, que se solidifica num processo lento.

Na nota sublinha-se que “a maior atividade sísmica ocorreu a partir do centro do corredor em direção ao norte e ao sul, sob Grindavik”, no sudoeste da ilha, e que “a maioria dos sismos ocorre a uma profundidade entre três e cinco quilómetros na parte inferior da intrusão de magma”.

“Medições de GPS das últimas 24 horas mostram que a deformação associada ao túnel de magma que se formou na sexta-feira, 10 de novembro, abrandou”, o que “sugere que o magma está a aproximar-se da superfície”, pode ler-se também.

O Gabinete Meteorológico da Islândia, a Universidade da Islândia e o Departamento de Proteção Civil e Gestão de Emergências concluíram numa reunião, este sábado — com base nas mais recentes medições de sismicidade e deformação do solo na região de Grindavik e nos mais recentes modelos geofísicos e avaliações de risco —, que a intrusão contínua representa um grave perigo vulcânico.

De acordo com modelos geofísicos, estima-se que a intrusão esteja a espalhar-se lentamente para cima e que o magma esteja a 800 metros abaixo da superfície. “A localização exata de um possível local de erupção é desconhecida, mas o comprimento de 15 quilómetros e a orientação da barragem oferecem uma boa indicação de possíveis fontes”,  lê-se no comunicado.

As autoridades islandesas declararam situação de emergência na sexta-feira, após uma série de sismos perto de Gindavik, e alertaram para uma possível erupção vulcânica, ordenando a evacuação preventiva daquela cidade a 50 quilómetros da capital, Reiquiavique.

Para quem quer seguir tudo o que se passa e acompanhar a possível erupção em direto, há já uma emissão em direto no youtube em quatro pontos do país, no canal do jornal islandês, Morgunblaðið. Veja aqui a cidade de Grinvadik, a montanha de Þorbjörn e a de Litli-Hrútur,a cratera de Sýlingafell.