Este era um jogo para o FC Porto ver de perto e tirar muitas notas. O Barcelona é o próximo adversário dos azuis brancos na Liga dos Campeões e, ao contrário do que aconteceu com a equipa portuguesa, os catalães tinham um desafio de elevada exigência contra o Rayo Vallecano. A deslocação à casa da equipa madrilena dava início a um ciclo de jogos intenso que o emblema blaugrana tem pela frente até ao Natal. “Temos sempre muitos jogos, somos o Barça. Temos sete jogos antes da pausa de Natal. Temos que nos transcender”, disse Xavi Hernández.

O treinador do Barcelona tem-se habituado, devido às circunstâncias que têm marcado a temporada, a ser um hábil gestor dos limitados recursos disponíveis. As lesões têm sido uma constante nos catalães. Com maior ou menor dificuldade, tudo se tem resolvido, mas a pausa para as seleções trouxe um grande contratempo. Gavi sofreu uma rotura de ligamentos no joelho direito e enfrenta um longo período de paragem. “É um jogador insubstituível”, disse Deco, diretor desportivo do Barcelona. “É um erro pensarmos que vamos encontrar um jogador para o substituir. Não vamos. É triste para ele e para nós como clube”.

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Porém, Gavi não foi o único a desfalcar a equipa no encontro contra o Rayo Vallecano. Ter Stegen regressou da seleção alemã com uma lombalgia e permitiu que Iñaki Peña fosse pela primeira vez titular no campeonato. Vendo-se particularmente afetado pelas lesões contraídas durante a janela internacional, Xavi Hernández aproveitou para propor uma reformulação do calendário de competições. “Uma pequena solução que acho que a FIFA já está a planear é fazer oito/nove meses seguidos no clube e depois os jogadores vão para a seleção”, disse o técnico. “Assim, evitavam-se tantas viagens. Por exemplo, o Ronald Araújo e o Raphinha fizeram viagens de 13/14 horas. Voltaram e não descansaram. Acontece em todas as equipas, não só connosco. A situação não é fácil. A cada mês, mês e meio, há futebolistas de África, da América do Sul, da Ásia, que têm muitas viagens”.

Mais curta foi a viagem de João Félix e de João Cancelo desde Portugal até Espanha. No entanto, só o lateral garantiu lugar no onze inicial de Xavi para a 14.ª jornada da La Liga, na qual o Barcelona procurava aproximar-se da liderança ocupada por outra formação catalã, o Girona. Félix ficou no banco de suplentes, sendo rendido por Lamine Yamal num ataque onde também estiveram Robert Lewandowski e Ferran Torres. No meio-campo, Frenkie de Jong voltou a jogar pela primeira vez desde setembro.

O Barcelona não foi perigoso no início do jogo. Apesar de Lewandowski, ter levado a cabo uma tentativa inicial de ataque à baliza de Dimitrievski. No entanto, o Rayo Vallecano estava a conseguir equilibrar o jogo. Iván Balliu, antigo lateral do Arouca, ficou até a pedir grande penalidade numa das várias chegadas ao ataque que os franjirrojos iam conseguindo. Não ia ser preciso um brinde desse tipo. Unai López (39′), na ressaca de um livre, chutou de muito longe, de uma posição onde Iñaki Peña possivelmente não conseguiu ver a bola partir devido à concentração de jogadores à sua frente, e o Rayo acabou por se colocar em vantagem em Vallecas.

João Félix foi uma das armas usadas por Xavi na segunda parte. O português entrou aos 55 minutos, ajudando o Barcelona a chegar ao empate que apareceu tarde demais para permitir a cambalhota no marcador a favor da equipa catalã. Iñigo Martínez colocou a bola em Álex Baldé que, no limite do fora de jogo, cruzou para o coração da área. Lewandowski perturbou suficientemente o defesa do Rayo Vallecano, Florian Lejeune (82′), para que este colocasse a bola dentro da própria baliza.

O Barcelona acabou por perder pontos pela quarta vez esta época (1-1). O emblema blaugrana, agora com 31 pontos, corre o risco de ver o Atlético de Madrid colar-se na classificação, sendo que Real Madrid e Girona se podem distanciar no topo do campeonato.