O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, recusa devolver à Grécia os mármores do Partenon, guardados no Museu Britânico, em Londres, e cancelou a reunião marcada para esta terça-feira com o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis.
De acordo com um porta-voz do gabinete do chefe do Governo britânico, citado pela agência EFE, Rishi Sunak considera que o museu londrino é “o sítio adequado” para expor os vestígios arqueológicos que o Governo de Atenas quer recuperar.
Numa entrevista à BBC, Kyriakos Mitsotakis defendeu que “estas esculturas pertencem à Grécia e foram essencialmente roubadas”, acrescentando que não se trata de “uma questão de propriedade, mas um argumento para a sua reunificação” em Atenas.
O primeiro-ministro grego deveria reunir-se esta terça-feira com Rishi Sunak, depois de se ter reunido esta segunda-feira com o líder da oposição, o trabalhista Keir Starmer.
Contudo, segundo a agência Reuters, o primeiro-ministro britânico cancelou a reunião com o homólogo grego, que expressou em comunicado “a sua irritação”.
Uma fonte citada pela Reuters afirmou que “já não era aproriado avançar com a reunião” com o nº10, pelo que o vice-primeiro-ministro Oliver Dowden estaria disponível para receber Mitsotakis.
O porta-voz do primeiro-ministro britânico referiu esta segunda-feira, em declarações aos jornalistas, que Rishi Sunak não tenciona alterar a lei de 1963, que proíbe a alienação de objetos museológicos, e também não é favorável a um acordo para o seu empréstimo.
Da mesma forma, rejeitou o argumento apresentado por Mitsotakis, na entrevista à BBC, de que manter os vestígios arqueológicos em Londres “é como se a Mona Lisa fosse cortada ao meio, permanecendo uma parte no Louvre [em Paris] e outra no Museu Britânico”.
A especulação em torno de um novo acordo sobre os mármores aumentou recentemente, depois de o presidente do Museu Britânico, George Osborne, ter indicado num discurso que estavam a ser “explorados caminhos” para poder mostrar-se os vestígios na Grécia.
O partido Trabalhista britânico, por outro lado, deu indicações de que estará disposto a discutir um acordo que permita um empréstimo dos mármores à Grécia.