Apesar de o Papa Francisco ter insistido na participação na 28.ª cimeira do clima, o pontífice acabou por “aceitar as ordens do médico” e cancelar a viagem até ao Dubai. O Vaticano anunciou esta terça-feira que, ainda que esteja a recuperar da gripe e da inflamação pulmonar com que foi diagnosticado, o Papa já não marcará presença na conferência da ONU.
Esta é a segunda vez que a saúde do papa obriga a uma mudança de agenda, tendo em 2022 adiado uma viagem ao Congo e ao Sudão, por causa de uma inflamação no joelho, que acabou por realizar este ano.
Ainda assim, o pontífice, que fará 87 anos este mês, quis evitar que tal acontecesse uma segunda vez. No domingo, decidiu resguardar-se de aparecer na janela com vista para a Praça de São Pedro — escolhendo um padre para ler as reflexões a seu lado —, mas garantiu que estaria na COP28, sendo assim o primeiro padre a discursar numa COP.
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“Além da guerra, o nosso mundo está ameaçado por outro grande perigo, o das alterações climáticas, que põe em risco a vida na Terra, especialmente para as gerações futuras”, disse.
Dois dias depois, no entanto, o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni, veio dizer que, apesar de haver recuperações visíveis, “os médicos tinham pedido ao Papa para não fazer a viagem marcada para os próximos dias para o Dubai”.
O Papa Francisco aceitou as ordens do médico com grande pesar e a viagem foi cancelada”, disse, em comunicado.
Ainda assim, o Papa e a Santa Sé garantiram que “continuam dispostos a participar nos debates que terão lugar nos próximos dias”.
A notícia surge um dia depois de ter sido confirmado pela Casa Branca que o Presidente dos Estados Unidos da América, Joe Biden, também não ia à cimeira que visa debater a adaptação às alterações climáticas, que são particularmente provocadas pela mão humana, nomeadamente pela queima de combustíveis fósseis, que provoca a emissão de gases como o dióxido de carbono (CO2).
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Apesar de não ter dado motivos para faltar à COP28, que contará com a presença do Rei Carlos III e dos líderes de quase 200 países, os meios de comunicação norte-americanos sugeriram a decisão pudesse estar assente com base nos conflitos no Médio Oriente e na Ucrânia e também na campanha para as eleições presidenciais de 2024, que deverá arrancar em janeiro.