Américo Aguiar tomou posse como titular da Igreja de Santo António de Pádua, em Roma, igreja que foi concedida ao mais recente cardeal português pelo Papa Francisco, na altura da sua criação como cardeal, em 30 de setembro. “Hoje [3 de dezembro], é-me dada a graça de tomar posse do título de cardeal desta Basílica de Santo António. Temos um problema: ele é de Lisboa, embora o título o chame de Pádua. Resolveremos o problema com fraternidade e comunhão na oração!”, disse Américo Aguiar.

O santo português, o patriarca de Lisboa e o homem que inspirou o nome do Papa. A igreja de Roma atribuída a Américo Aguiar

A missa deste domingo foi o último ponto do programa que levou a Roma centenas de pessoas, entre voluntários, parceiros empresariais e responsáveis da Igreja e das entidades públicas envolvidas na organização da JMJ, tendo sido recebidos na quinta-feira em audiência pelo Papa Francisco.

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O cardeal deixou o desejo de que os dias passados em Roma e Assis pela delegação portuguesa, que foi agradecer ao Papa a JMJ em Lisboa, “possam dar um novo impulso ao (…) empenho missionário, para que, com a simplicidade de Santo António, (…) Cristo vivo chegue a ‘todos, todos'”.

Na homilia, na missa nessa Igreja, este domingo, o bispo de Setúbal recordou “todos os dias e noites em que, na preparação e durante a Jornada Mundial da Juventude, em Lisboa”, foram vividas “vigílias, muitas vezes árduas e exigentes”. E alertou para o risco de se pensar que “estes dias [em Roma e Assis] são a conclusão dessa Jornada [JMJ]”.

“Se pensamos desse modo, estamos profundamente enganados: a Jornada continuará, nos nossos corações, nas nossas comunidades e na vida daqueles que cruzaram os nossos caminhos”, afirmou o mais jovem cardeal português, que não perdeu a oportunidade de sublinhar, com algum humor, a origem do patrono da basílica de que tomou posse.

Na homilia, o cardeal Américo Aguiar exortou à vivência do advento “com esperança, alegria, mas também com empenho a favor dos mais pobres e necessitados”.

A visita desta delegação a Roma, iniciou-se na quarta-feira, tendo sido aberta com a celebração de uma missa na Igreja de Santo António dos Portugueses, atribuída pela Santa Sé ao cardeal Manuel Clemente. Na quinta-feira a delegação foi recebida pelo Papa Francisco. Na ocasião, o pontífice agradeceu a todos os que contribuíram para fazer da JMJ Lisboa 2023 “um núcleo de evangelização forte, de alegria e de expressão juvenil”.

Durante a audiência, em que participaram os cardeais Manuel Clemente (patriarca emérito de Lisboa) e Américo Aguiar (presidente da Fundação JMJ 2023 e bispo de Setúbal), bem como os bispos Rui Valério (patriarca de Lisboa) e Joaquim Mendes (auxiliar do Patriarcado), referiu-se a Américo Aguiar como “um cardeal especial, um pouco ‘enfant terrible’“, e homenageou o trabalho dos que contribuíram para o sucesso da JMJ.

Francisco tinha um texto preparado para ler na audiência, que, devido aos problemas de saúde que o afetaram nos últimos dias, foi lido por monsenhor Ferreira da Costa, padre português que trabalha na Secretaria de Estado do Vaticano.

“Que alegria ver-vos aqui juntos! Começo por vos renovar a minha gratidão e a da Igreja inteira, concretamente dos jovens! Foi-vos confiada a realização daquele encontro mundial, e vós, fortes com o auxílio de muitos e uma graça extraordinária de Deus, não nos desiludistes. Bem hajam!”, refere o documento lido, acrescentando que a JMJ Lisboa 2023 conseguiu “trazer para o centro quem até agora tinha vivido marginalizado”, convidando a manter o compromisso neste “grande sonho comum”.