O Universal Wheel Drive System, ou Uni Wheel para os amigos, é uma invenção da Hyundai que torna ainda mais pequenos e menos volumosos os conjuntos formados pelos motores eléctricos e respectivas transmissões. Já se sabe que os motores eléctricos, substancialmente mais pequenos, permitem conceber veículos com as frentes mais curtas, maximizando o espaço para habitáculo e mala. Pois este Uni Wheel leva ainda mais longe estas vantagens para os carros alimentados por bateria.
Já aqui referimos inúmeras vezes que os veículos animados por motores eléctricos não necessitam de caixas de velocidade, mas sim de redutores, para que as cerca de 20.000 rotações da unidade eléctrica sejam convertidas na rotação da roda que equivale à velocidade máxima pretendida. Mas, até aqui, os carros eléctricos continuam a recorrer às mesmas soluções para transmitir a potência às rodas, com semi-eixos equipados com juntas homocinéticas, sendo estas últimas uma fragilidade do sistema uma vez que, para permitir o movimento vertical da roda, além da capacidade desta virar, como acontece com as rodas da frente num automóvel convencional, necessitam de juntas homocinéticas, e estas tendem a degradar-se com o tempo e os quilómetros percorridos. A Hyundai avança que o seu sistema Uni Wheel desloca o redutor para o interior da roda e as juntas deixam de ser necessárias, devido ao curioso sistema inventado pelos sul-coreanos.
É mais fácil perceber como tudo funciona através do vídeo elaborado pela Hyundai, sendo que temos alguma dificuldade em entender como podem as rodas virar a mando da direcção para, por exemplo, descrever uma curva, sem as anteriormente mencionadas juntas articuladas. Mas enquanto o construtor não esclarece este ponto, não há dúvida que as vantagens são evidentes. A ponto de facilitar a deslocação do motor eléctrico (agora menos volumoso) para mais próximo de cada uma das rodas, uma vez que a transmissão passa a estar dentro do cubo de roda. O potencial é grande, uma vez que permite em veículos desportivos montar um motor por roda e usufruir de vectorização do binário em cada uma delas, com menos custos e complexidade, mas depois, se aplicado a cadeiras eléctricas, permitir descer e subir escadas, como se vê no vídeo. Recorde em baixo como funciona um veio de transmissão tradicional, com junta homocinética:
O sistema parece mais frágil do que a solução convencional, mas a Hyundai garante que tem menos perdas de potência e lida com diferentes níveis de potência e torque. Simultaneamente, se o actual protótipo exibe um curso de suspensão de 150 mm, já testaram soluções entre 75 e 200 mm, o que permite ao Uni Wheel ultrapassar os sistemas actuais com juntas homocinéticas e a transmissão junto ao motor e não dentro da roda.