O PSD afirmou esta quarta-feira que a queda de Portugal nos resultados dos alunos na avaliação internacional PISA demonstra que o Governo do PS colocou o país numa “espiral recessiva e destruidora do Estado social”.

Em declarações à Lusa, o vice-presidente social-democrata Miguel Pinto Luz considerou que os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA), divulgados na terça-feira, são “inquietantes e dão razão a quem estava preocupado, como o PSD”.

“Desde que o PS é Governo, os resultados do PISA só pioraram, quando o PSD saiu do Governo em 2015 tivemos os melhores resultados de sempre no PISA e hoje temos resultados que só se equiparam a 2006”, lamentou, dizendo que “Portugal tem a maior queda da média da OCDE”, que já tinha começado na avaliação de 2018.

Para o vice do PSD, estes resultados colocam Portugal “na cauda da Europa” e atrás dos países com quem o país compete diretamente.

“O PSD disse por várias vezes que o estado da educação não era aquele que o Governo tem vindo a apresentar: é um estado de enorme desconforto dos professores, dos vários agentes, e agora verificamos que é também nos resultados objetivos”, lamentou.

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Pinto Luz acusou o PS de, ao não garantir que a educação seja um fator de mobilidade social, ser “o destruidor do Estado social de que tanto fala” e de criar na educação, como na saúde, “um sistema para ricos e outro para pobres”.

“O PS é o pai do empobrecimento e da destruição do Estado social e urge parar esta espiral recessiva e destruidora do Estado social. Os portugueses não podem ser obrigados a pagar impostos como nunca pagaram e a terem serviços piores como nunca tiveram até aqui”, disse.

Questionado que soluções propõe o PSD para inverter esta situação, Pinto Luz disse que “não há uma medida que resolva o problema de oito anos de estagnação”, mas frisou que o partido já tem vindo a apresentar propostas “em tempo útil” e ainda antes da crise política e da marcação das legislativas antecipadas de 10 de março.

Em primeiro lugar, sobre os professores — que classificou como “alicerce básico do sistema de educação” — lembrou que os sociais-democratas propõem há meses uma reposição integral faseada do tempo de serviço que esteve congelado, voltando a criticar o ministro da Educação por, agora enquanto apoiante do candidato a líder do PS Pedro Nuno Santos, já admitir esta medida que como governante tem recusado.

Miguel Pinto Luz salientou que o PSD já propôs outras medidas, como um apoio à deslocação dos professores, abertura a novas metodologias de ensino, a universalização do pré-escolar mesmo que tal implique contratualização com municípios, e a criação de “um modelo de aferição sistemática de aprendizagem dos alunos”.

“Não temos de ter medo de avaliar a evolução dos alunos, e disso o PS tem pavor. Sabe que, quando é avaliado, chumba sistematicamente”, criticou.

Aumentar o apoio social escolar e automatizar as bolsas de mérito foram outras propostas defendidas pelo dirigente social-democrata. “O PSD irá pôr fim a essa espiral recessiva e dar mais esperança às famílias que escolhem a escola pública para os seus filhos”, disse.

Os alunos portugueses de 15 anos pioraram os seus desempenhos nos testes internacionais de Matemática e Leitura do PISA de 2022, invertendo a tendência de melhoria que se vinha registando na última década.

O PISA voltou a analisar os conhecimentos a Matemática, Leitura e Ciência de alunos de todo o mundo — em 2022 participaram cerca de 690 mil alunos de 81 países e economias – e o retrato do desempenho dos estudantes releva “uma quebra sem precedentes”, em que Portugal não foi exceção.

Os quase sete mil alunos de 224 escolas portuguesas que realizaram as provas de 2022 obtiveram piores resultados do que os seus colegas em 2018, colocando Portugal entre os países que mais baixaram de pontuação a Matemática, refere o relatório da OCDE.