O PCP questionou esta quinta-feira o ministro da Administração Interna sobre a “desigualdade remuneratória entre polícias”, perguntando porque é que os suplementos remuneratórios da Polícia de Segurança Pública e Guarda Nacional Republicana também não são revistos, à semelhança do que aconteceu com a Polícia Judiciária.
Numa pergunta dirigida a José Luís Carneiro através da Assembleia da República, a deputada do PCP Alma Rivera refere que, desde que foi aprovado em Conselho de Ministros o novo suplemento de missão para a Polícia Judiciária (PJ), em 29 de novembro, “têm surgido várias notícias que apontam para aumentos remuneratórios para as carreiras da PJ que podem rondar os 700 euros por mês por via do suplemento de missão”.
“Para o PCP, a valorização salarial é indispensável. O que não pode acontecer é a manutenção das forças policiais com condições salariais inconcebíveis, como acontece com a Guarda Nacional Republicana (GNR) ou a Polícia de Segurança Pública (PSP)”, defende o PCP.
O partido refere que a atual situação “tem gerado indignação junto dos profissionais da Polícia de Segurança Pública e da Guarda Nacional Republicana, que há muito reivindicam uma revisão dos valores dos respetivos suplementos remuneratórios, particularmente do suplemento de risco, significativamente inferior ao valor citado”.
“O Grupo Parlamentar do PCP salienta que tem insistido na necessidade da valorização remuneratória dos profissionais das forças e serviços de segurança”, refere-se.
Neste contexto, o partido pergunta a José Luís Carneiro “porque motivo há uma disparidade tão grande da PSP e da GNR face à PJ quanto a suplementos que visam compensar a exposição a fatores da mesma natureza”.
“Porque motivo não são igualmente revistos os suplementos remuneratórios dos profissionais da PSP e da GNR?”, questionam ainda.
Na quarta-feira, os sindicatos da Polícia de Segurança Pública e associações da Guarda Nacional Republicana decidiram realizar várias manifestações, com início esta quinta-feira, no Porto, onde decorreu a reunião do Conselho de Ministros, para exigir um suplemento idêntico atribuído aos elementos da Polícia Judiciária.
Elementos da PSP e GNR marcam manifestações que começam quinta-feira no Porto
Os sindicatos e associações destas forças de segurança criticam o que consideram ser o tratamento desigual e diferença de rendimentos em relação à Polícia Judiciária.
Em causa está o facto de o Governo ter aprovado, na semana passada, o pagamento de um suplemento de missão para as carreiras da Polícia Judiciária, que, em alguns casos, pode representar um aumento de quase 700 euros por mês.