Há quase 10 anos, no dia 29 de dezembro de 2013, Michael Schumacher sofreu um grave acidente de esqui. Na última década, as notícias sobre o sete vezes campeão mundial de Fórmula 1 foram sempre escassas: ninguém sabe como está realmente, se existem perspetivas de alterações do estado clínico ou como é que o alemão respira, come e comunica.

Ainda assim, e mesmo com toda a informação a ser controlada pela mulher de Schumacher, um dos principais veículos de comunicação tem sido Jean Todt. O antigo presidente da FIA e diretor da Ferrari faz parte da restrita lista de visitas permitidas por Corinna Schumacher e assumiu-se, nos últimos anos, como a única pessoa que consegue dar algumas luzes sobre o real estado do antigo piloto de 54 anos.

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Jean Todt deu agora uma entrevista ao L’Équipe, para assinalar os 10 anos desde o acidente de Michael Schumacher, e voltou a deixar algumas pistas sobre a realidade do alemão. “O Michael está cá, por isso não sinto a falta dele. Simplesmente já não é o Michael que costumava ser. É diferente e é guiado de forma maravilhosa pela mulher e pelos filhos, que o protegem. A vida agora é diferente e tenho o privilégio de partilhar momentos com ele. É tudo o que tenho a dizer. Infelizmente, o destino atingiu-o há 10 anos. Já não é o Michael que conhecíamos na Fórmula 1″, explicou o francês.

Do outro lado da barricada, porém, está Willi Weber. O antigo empresário de Michael Schumacher faz parte da outra lista de visitas, a lista das visitas que não são permitidas, e não vê o piloto alemão há mais de uma década. “Infelizmente, quando penso no Michael não tenho qualquer esperança de voltar a vê-lo. Não há notícias positivas ao fim de 10 anos”, disse o alemão, que se arrepende de não ter visitado o piloto ainda no hospital, em entrevista ao jornal Daily Express.

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“Claro que estou muito arrependido e censuro-me por isso. Tinha de ter visitado o Michael no hospital. Senti-me um cão depois do acidente, teve um impacto muito grande em mim. Claro que também há a questão de a Corinna não ter permitido qualquer contacto. A dada altura tive de me libertar do Michael, tive de me separar”, atirou.

“Mesmo três ou quatro anos depois as pessoas que me reconheciam na rua ainda me perguntavam: ‘É o antigo empresário do Schumacher, como é que ele está?’. Foi nessa altura que deixei de tentar explicar-me e pensei: ‘Por que é que ninguém me pergunta como é que eu estou?’. Foi claro para mim. Pensei: ‘Bem, agora acabou, esta merda tem de sair da minha cabeça'”, terminou Willi Weber.