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A erupção vulcânica na Islândia está a diminuir de intensidade e tem agora três saídas de lava, adiantaram, esta terça-feira, as autoridades islandesas sobre a falha de quatro quilómetros que surgiu a sudoeste de Reiquiavique, após semanas de atividade sísmica intensa. Esta nova erupção, a quarta em dois anos, ocorreu a três quilómetros de uma pequena cidade de 4.000 habitantes, Grindavik, evacuada desde 11 de novembro após a declaração do estado de emergência na região, na sequência de uma acumulação significativa de magma.

A erupção começou na segunda-feira às 22h17 (hora de Lisboa), após um terremoto por volta das 21h00, de acordo com o Instituto Meteorológico da Islândia (IMO, na sigla em inglês). “A erupção continua a enfraquecer. Novas imagens aéreas da área mostram que existem agora três aberturas [saídas de lava] em erupção a sudeste de Stóra-Skógfell, em comparação com cinco anteriormente”, apontou a IMO, no mais recente balanço, embora tenha antecipado novos fluxos de lava ao longo da fissura.

Imagens transmitidas ao vivo da erupção mostram jatos de lava laranja brilhante a saírem de uma falha, cercados por nuvens de fumo. “Os nossos pensamentos estão (…) com a população local [de Grindavík], esperamos o melhor, mas é claro que esta é uma erupção considerável”, destacou o chefe do governo islandês, Katrín Jakobsdóttir, através da rede social Facebook.

Vulcão entra em erupção na Islândia

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A fissura tem cerca de quatro quilómetros de comprimento, muito mais longa do que durante a última erupção do verão. “De momento, não há perturbações nas chegadas ou partidas no aeroporto de Keflavik”, garantiu o operador aeroportuário islandês ISAVIA durante a noite no seu site, numa época do ano em que o tráfego é relativamente baixo.

O chefe da proteção civil e gestão de emergências na Islândia, Vídir Reynisson, alertou que esta nova erupção “não é uma erupção turística e é preciso observá-la de muito longe”, em declarações à televisão pública local RUV.

Todas as estradas ao redor de Grindavík estão fechadas e deverão permanecer fechadas durante os próximos dias, anunciou a polícia no Facebook, especificando que a população não corre perigo.

Em 2021, 2022 e em julho, erupções vulcânicas, numa área desabitada próxima, tornaram-se grandes atrações turísticas, atraindo cerca de 680 mil visitantes, segundo o Conselho de Turismo da Islândia.

Vídeo. As imagens da erupção do vulcão Reykjanes

Em outubro, foram detetados sinais de dilatação do solo perto da “Lagoa Azul”, famosos banhos quentes de águas azul-turquesa muito frequentados pelos turistas. O local reabriu parcialmente no domingo.

Até março de 2021, a península de Reykjanes, a sul da capital Reiquiavique, tinha sido poupada de erupções durante oito séculos. Desde então, ocorreram outros dois, em agosto de 2022 e julho de 2023, um sinal, para os vulcanologistas, de retomada da atividade vulcânica na região. Trinta e três sistemas vulcânicos são considerados ativos nesta terra de fogo e gelo, a região mais vulcânica da Europa

Em 11 de novembro, os moradores de Grindavik foram retirados por precaução, após centenas de terremotos causados pelo movimento de magma sob a crosta terrestre, um potencial sinal de alerta de uma erupção vulcânica. Edifícios e estradas da cidade foram amplamente danificados por esta atividade sísmica.

Em 2010, o vulcão Eyjafjallajökull, no sul da ilha, causou a maior perturbação no tráfego aéreo em tempos de paz, um registo entretanto ‘eclipsado’ pela pandemia de covid-19.