Faltavam ajustar os últimos detalhes entre o Benfica e o apuramento para a Final Four da Taça da Liga para que o acordo entre as partes fosse alcançado. O AVS era o intermediário. Os encarnados até podiam perder por um golo na receção ao emblema do segundo escalão do futebol português que a qualificação ficava na mesma garantida.

A Taça da Liga é uma das competições que o treinador do Benfica, Roger Schmidt, ainda não conquistou. Na temporada passada, a primeira do alemão nos encarnados, o clube da Luz ficou-se pela fase de grupos e falhou o momento decisivo da prova. Mesmo com a possibilidade de redenção, Schmidt não olha para o troféu como uma prioridade nem como a primeira tarefa a completar numa lista de afazeres.

Trubin, o bom feeling que acalma os nervos de Roger (a crónica do Sp. Braga-Benfica)

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“O meu objetivo é, em primeiro lugar, vencer o AVS. Depois, vamos continuar a tentar fazer o melhor em todas as competições que jogamos. Não tenho preferências. Quando iniciamos uma competição, tentamos sempre ser a melhor equipa e chegar à final, mas claro que nem sempre é possível. Damos sempre o nosso melhor em todas as competições”, comentou o treinador do Benfica.

“Já o disse algumas vezes, as equipas em Portugal estão bem e a competição é difícil. Temos equipas muito boas que conseguem alcançar grandes objetivos. Em simultâneo, temos outras que também são bastante fortes e que também fazem parte da competição, com bons treinadores e uma qualidade individual notável. O nível em Portugal é altíssimo e também vemos isso a nível internacional”. Roger Schmidt proferiu estas declarações pouco antes de um jogo contra um equipa da Segunda Liga. A julgar pelo onze escolhido para ir a jogo, o alemão não subestimou em nada o AVS e mudou apenas um elemento face à visita a Braga (0-1). Tomás Araújo entrou para o lugar de Otamendi que nem no banco de suplentes se sentou.

Ficha de Jogo

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Benfica-AVS, 4-1

3.ª jornada do grupo B da Taça da Liga

Estádio da Luz, em Lisboa

Árbitro: Carlos Macedo (AF Braga)

Benfica: Trubin, Aursnes, António Silva, Tomás Araújo, Morato (Jurásek, 86′), João Neves, Kokcu (Florentino, 67′), Di María, João Mário (Tiago Gouveia, 58′), Rafa (Gonçalo Guedes, 58′) e Tengstedt (Arthur Cabral, 58′)

Suplentes não utilizados: Samuel Soares, Chiquinho, Musa e João Victor

Treinador: Roger Schmidt

AVS: Pedro Trigueira, Léo Alaba, Clayton Sampaio, Anthony Correia, Zé Ricardo, Jonatan Lucca, Luís Silva (Fábio Pacheco, 67′), Benny (Dioh, 67′), John Mercado (Gustavo, 82′), Vasco Lopes (Sangaré, 88′) e Nenê

Suplentes não utilizados: Simão, Fernando, Teixeira, Amorim e Ricardo Dias

Treinador: Marco Leite (no lugar do castigado Jorge Costa)

Golos: Mercado (21′), Di María (31′), João Mário (44′), Tiago Gouveia (65′) e Anthony (68′, na própria baliza)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Vasco Lopes (51′), António Silva (54′), Anthony Correia (56′), Zé Ricardo (62′), Léo Alaba (87′) e Clayton Sampaio (90′)

O treinador adjunto do AVS, Marco Leite, que mereceu destaque no banco de suplentes devido à expulsão de Jorge Costa que normalmente orienta esta equipa, tinha afirmado que não ia “prestar subserviência ao Benfica”. Normalmente, mesmo quem assume este tipo de discurso, acaba por chegar à Luz e defender com tudo o que pode, mas, nos minutos iniciais, o emblema avense jogou o jogo pelo jogo. Como prémio, John Mercado (21′) abriu o marcador. A abertura de Vasco Lopes para a esquerda expôs Aursnes e Tomás Araújo e o extremo equatoriano concretizou.

Porém, por muito que o AVS estivesse a contribuir para um jogo entretido, o caudal do Benfica era imenso. Kokcu arriscou uma candidatura ao próximo Prémio Puskás com um remate de longa distância que acabou na barra. Se o AVS já estava com a pulga atrás da orelha, João Neves foi à esquerda causar pânico e compensar a falta de capacidade defensiva do lateral Morato e as incursões interiores de João Mário. O médio desembrulhou a defesa e o ataque do Benfica conseguiu girar até Di María (31′) para que o argentino fizesse o empate. Ao contrário do que muitas vezes acontece, os encarnados não entraram em pânico quando o resultado se mostrou negativo e, em cima do intervalo, João Mário (44′) completou a reviravolta.

Roger Schmidt começou a testar outras soluções no início do segundo tempo. De uma só vez, o alemão lançou Arthur Cabral e os velocistas Tiago Gouveia e Gonçalo Guedes. Kokcu testou se o motor de Tiago Gouveia estava quente e o turco, ao mesmo tempo que toda a gente, percebeu que sim quando o extremo foi mais rápido que toda a gente e aumentou ao vantagem (65′), estreando-se a marcar no Estádio da Luz. Gonçalo Guedes fez vrum vrum, aumentou a temperatura dos pneus e também entrou na corrida. O jogador que alinhou nas costas de Arthur Cabral também bateu a defesa do AVS e tentou assistir um colega, mal sabia que Anthony Correia (68′) se encarregaria de colocar a bola dentro da própria baliza.

O AVS insistiu na procura do golo. Ora Trubin, ora os defesas encarnados mantiveram a baliza a salvo até ao final do encontro depois do percalço inicial. Ainda o jogo não tinha terminado e já se percebia que o 4-1 era uma vantagem suficientemente grande para que o Benfica se juntasse ao Estoril na Final Four e desse um passo em frente rumo à possibilidade de conquistar uma competição que venceu por sete vezes.