O magnata pró-democracia Jimmy Lai, que pode ser condenado a prisão perpétua, declarou-se esta terça-feira inocente durante o julgamento, no qual está acusado de pôr em perigo a segurança nacional em Hong Kong.

Jimmy Lai, de 76 anos, atualmente na prisão, é acusado de conluio com forças estrangeiras ao abrigo de uma lei de segurança nacional de Hong Kong imposta por Pequim em 2020, além de outras duas acusações, disseram jornalistas da agência de notícias France-Presse.

Tribunal de Hong Kong mantém acusação de sedição contra editor Jimmy Lai

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Vestido com uma camisa branca e um casaco azul-marinho, Jimmy Lai estava rodeado por três guardas no banco dos réus. O septuagenário usava auscultadores para acompanhar melhor a audiência, indicou o advogado.

Proprietário do Apple Daily, um diário crítico do poder e encerrado em 2021, Jimmy Lai foi inicialmente acusado de “conspiração para produzir documentos sediciosos”, um crime previsto numa lei que remonta à época colonial, bem como de “conspiração para conluio com potências estrangeiras” e “conluio”.

No que respeita às duas últimas acusações, o jornalista pode ser condenado a prisão perpétua ao abrigo da lei de segurança. No entanto, os procuradores disseram que estavam a retirar a acusação de “conluio”, por já estar abrangida na acusação de “conspiração para conluio”.

Vários outros antigos executivos da Apple Daily estão também a ser processados.

O julgamento de Jimmy Lai está a atrair uma atenção considerável dos meios de comunicação social, pois é considerado um barómetro do atual estado das liberdades cívicas em Hong Kong.

O Reino Unido e os Estados Unidos pediram a libertação de Jimmy Lai, que é cidadão britânico. A União Europeia e as Nações Unidas também manifestaram preocupação com o destino do magnata.

EUA pedem às autoridades de Hong Kong que libertem líder da oposição Jimmy Lai

Pequim rejeitou estas críticas, que considerou como difamação e interferência.