A Lamborghini está no processo de renovação da sua gama de coupés desportivos e depois do Aventador, o maior e mais potente, equipado com um motor 6.5 V12 atmosférico com 770 cv, chegou agora a vez de o Huracán encontrar um sucessor. A denominação do novo coupé ainda não é conhecida, mas sabe-se que trocará o 5.2 V10 atmosférico até aqui utilizado, por uma nova versão do 4.0 V8 biturbo híbrido, que fornecerá facilmente mais potência e força, reduzindo ainda assim o consumo e as emissões, o que o favorece fiscalmente em alguns países.
Os protótipos do sucessor do Huracán são vistos a rodar na via pública e em pista há quase um ano, ainda que com as formas reais disfarçadas pela pintura camuflada que lhe reveste a carroçaria. Para o novo coupé desportivo, a Lamborghini pretende incrementar a potência para o tornar mais rápido, mas simultaneamente gerar um modelo mais amigo do ambiente e da carteira e, já agora, capaz de circular umas centenas de metros (provavelmente 2 ou 3 km) em modo eléctrico – mais não seja para não acordar a vizinhança, quando se chega mais tarde à noite.
Ao volante do Huracán Tecnica, o Lamborghini que agrada em pista e surpreende fora dela
Para cumprir este exigente caderno de encargos, a solução encontrada passa por trocar o 5.2 V10 atmosférico, que na versão mais possante do Huracán atinge 640 cv e 565 Nm de força, pelo 4.0 V8 biturbo do Grupo Volkswagen, que no Bentley Continental GT debita 660 cv e no Lamborghini Urus 666 cv e 850 Nm, valor que, com a magia dos engenheiros da marca italiana, deverá facilmente ultrapassar a fasquia dos 700 cv. Mas o sucessor do Huracán não vai depender exclusivamente do V8 a combustão, uma vez que será híbrido, ou seja, contará com a ajuda de um motor eléctrico (ou mais) alimentado por uma bateria que permite mover o coupé durante uma distância reduzida, recorrendo apenas à unidade eléctrica.
Revuelto é o novo Lamborghini V12 híbrido plug-in com 1015 cv
Os técnicos da Lamborghini possuem bastante experiência na produção de veículos híbridos – desde o Sián –, sendo que o exemplo mais recente é o Revuelto, o sucessor do Aventador, que mantém o 6.5 V12 atmosférico, o que lhe permite juntar os 825 cv que produz aos 150 cv que cada um dos três motores eléctricos debitam (dois no eixo dianteiro e um entre o motor e a caixa), totalizando 1015 cv e 1425 Nm. Ainda não se sabe se a marca italiana vai recorrer a três motores eléctricos no sucessor do Huracán ou apenas um – o que é mais provável, uma vez que este é o coupé mais pequeno e acessível –, mas tudo indica que deverá manter-se fiel aos motores eléctricos axiais que usa no Revuelto, em vez dos radiais convencionais, pois os primeiros são mais eficientes e menos volumosos. O próximo Huracán será apresentado na primeira metade de 2024, para as entregas a clientes surgirem posteriormente, mas ainda este ano.