O avião Boeing 737 Max 9 da companhia aérea Alaska Airlines teve problemas dias antes do incidente que levou a uma aterragem de emergência na sexta-feira. As primeiras informações da investigação feita pela agência norte-americana de segurança em transportes, a NTSB, revelam que os pilotos reportaram que foram acionadas as luzes de aviso de despressurização em três voos anteriores ao incidente.
A BBC cita Jennifer Homendy, a líder da agência, que indicou que os avisos automáticos foram vistos em viagens a 7 de dezembro e a 3 e 4 de janeiro. Devido aos avisos, a Alaska Airlines deixou de usar a aeronave em voos de longa duração que sobrevoassem água.
Ainda assim, Homendy ressalvou que, com a informação atualmente disponível, não é totalmente claro se há uma ligação entre os avisos de despressurização e o incidente da semana passada.
Na passada sexta-feira, um Boeing 737 Max 9 da companhia aérea norte-americana, com apenas dois meses, fez uma aterragem de emergência em Portland, no noroeste dos Estados Unidos, depois de uma janela e um pedaço da fuselagem terem caído durante o voo. Um dos 171 passageiros a bordo revelou que o buraco na fuselagem tinha uma “largura do tamanho de um frigorífico”. Apesar do susto, não houve registo de feridos neste incidente.
É dito que os passageiros e a tripulação ouviram um estrondo e que, quando o avião perdeu a janela e parte da fuselagem, a força sentida a bordo levou a que a porta do cockpit se abrisse. Uma lista de tarefas laminada, que os pilotos seguem durante o voo, também voou durante o impacto — tiveram de guiar-se por um manual.
“Foi mesmo muito violento quando a porta saiu do avião”, explicou Jennifer Homendy. Dois lugares do avião, que estavam desocupados, ficaram danificados com o impacto – os encostos de cabeça desapareceram durante o incidente, escreve a NBC News, a partir de informações reveladas na conferência de imprensa de Homendy, feita este domingo à noite. Há ainda registo de mais 12 assentos que ficaram danificados na viagem.
A investigação sobre a causa do incidente vai continuar. Durante o fim-de-semana, um professor de Portland entrou em contacto com a agência quando encontrou a parte da fuselagem que caiu do avião no quintal. De acordo com Homendy, este pedaço do avião era “uma peça importante que faltava encontrar” para perceber o que aconteceu.
A Administração Federal de Aviação dos EUA (FAA) anunciou no sábado a suspensão temporária dos aviões deste modelo. De acordo com a BBC, há 171 aviões deste modelo nos EUA, que vão continuar suspensos enquanto a investigação decorre. Nos EUA, só a Alaska Airlines e a United Airlines é que usam este modelo da Boeing.
A suspensão está a ter um forte impacto nas operações aéreas. Só este domingo, as duas companhias cancelaram cerca de 350 voos.
Companhias aéreas cancelam 350 voos nos EUA após incidente com avião da Boeing
Os modelos Boeing 737 Max foram alvo de sérias investigações durante mais de um ano e meio, após dois acidentes com os modelos 737 Max 8. Em outubro de 2018, um avião da Lion Air caiu com 189 pessoas a bordo, no Mar de Java, minutos após a descolagem. No ano seguinte, caiu um avião do mesmo modelo, operado pela Ethiopian Airlines, que caiu na Etiópia, com 157 pessoas a bordo.
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