Para já, a Inspeção-Geral da Administração Interna (IGAI) não vai abrir qualquer processo relativo aos protestos da PSP, que começaram esta segunda-feira ao final do dia. Até agora, refere a IGAI ao Observador, “não existem indícios da prática de factos que envolvam responsabilidade disciplinar”.

A abertura de um processo tem sido um dos pontos de discussão entre os agentes que estão em protesto, sobretudo em relação a Pedro Costa, o agente que lançou o repto aos colegas no passado domingo à noite. “Caros colegas, lembrem-se que o nosso Pedro Costa tem a vida profissional em risco, se deixarmos cair isto, ele rumará à expulsão do serviço e será alvo de processos judiciais”, refere um dos elementos do grupo “Rumo à Assembleia da República! PSP/GNR”, criado numa rede social. “Quem manda somos nós e se tivermos que levar um processo disciplinar que sejamos todos a levar”, escreve outro membro do grupo.

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A posição da IGAI — que explica que até agora nenhum elemento da PSP cometeu alguma infração que pudesse dar lugar a responsabilidades criminais — está em linha com as palavras de Barros Correia, diretor nacional da PSP, que esta terça-feira garantiu que “importa perceber o que aconteceu”, afastando quaisquer comentários sobre a forma do protesto e garantindo estar “sempre ao lado dos polícias”.

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Como força policial, os agentes da PSP estão impedidos de fazer greve e, por isso, o protesto passa por declarar os carros que apresentam problemas técnicos — como luzes avariadas, problemas no motor ou nos pneus — como inoperacionais. Sem carros, tem sido dada ordem para que a deslocação seja feita a pé e, como avançou fonte da PSP ao Observador, não estarão a ser feitas algumas diligências consideradas de baixa risco — excesso de ruído, estacionamento indevido ou acidentes sem feridos.

Este protesto tem como base a reivindicação de um subsídio semelhante ao aprovado pelo Presidente da República no final do ano passado para a Polícia Judiciária, que prevê o pagamento de cerca de 700 euros a esta polícia. Fonte da Direção Nacional assegura que só existem carros parados em Lisboa e em Setúbal, mas, de acordo com várias informações recolhidas pelo Observador, a situação estende-se a vários pontos do país, como Porto, Faro, Santarém e ilhas.