Jorge Rendón é jornalista da estação equatoriana TC Televisión e estava em direto, juntamente com um colega, quando os criminosos invadiram o estúdio e sequestraram quem ali se encontrava. O jornalista contou ao The Guardian que passavam poucos minutos das 14h00 locais de terça-feira quando a dupla que apresentava o noticiário começou a ouvir barulho vindo do exterior do estúdio. Inicialmente, os dois jornalistas pensaram tratar-se de alguma confusão entre colegas, mas depressa descobriram que estavam errados.
Criminosos armados invadem estúdio de TV ao vivo no Equador. Vídeo
Imagens que circulam nas redes sociais mostram os criminosos armados no estúdio de televisão. País enfrenta onda de violência pic.twitter.com/2leE8DBtyq
— Ação e Reação (@reacao_acao) January 9, 2024
Rendón contou que, através do auricular, um produtor foi detalhando o que se passava: “Por favor tenham cuidado. Estão a forçar a entrada. Estão a roubar-nos. Estão a atacar-nos”. Pouco depois, o jornalista ouviu os criminosos a arrombarem as portas . As 13 pessoas depressa entraram pelo estúdio, com o objetivo de transmitirem uma mensagem ao país: “Estamos no ar para que vocês saibam que não mexem com a máfia”.
Presidente do Equador: “Estamos em estado de guerra e não podemos ceder a estes grupos terroristas”
“Eles atiraram na perna de um operador de câmara e partiram o braço de outro”, disse, relatando que o ataque inicial depressa evoluiu para ameaças do uso de armas e explosivos, chegando um dos atacantes a colocar dinamite no bolso da camisa de um colega de Rendón.
À Associated Press, Alina Manrique, chefe de redação da TC Televisión, contou que os criminosos lhe apontaram uma arma à cabeça. “Estava realmente a sofrer e em pânico. Pensei em toda a minha vida e nos meus dois filhos. Os criminosos – havia seis no local – disseram que [a polícia] precisava de chegar ou iriam matar-nos. Eu estava a chorar de pânico”, relembrou a jornalista.
As autoridades chegaram em poucos minutos e a polícia conseguiu deter o ataque, numa altura em que o sinal da televisão já tinha sido cortado. “Eventualmente, os criminosos perceberam que estavam em menor número e entregaram as armas. Abracei um polícia, que me deu a mão para me levantar do chão”, continuou Manrique.
El operativo policial en @tctelevision dejó 13 aprehendidos, armas, explosivos y otros indicios.
Se liberaron a los rehenes y se puso a buen recaudo a los trabajadores.
Los causantes serán puestos ante la justicia para que sean sancionados por los actos terroristas. pic.twitter.com/9KEXWvDfzZ
— GraS. César Augusto Zapata Correa (@CmdtPoliciaEc) January 9, 2024
Apesar de todos os atacantes terem sido capturados — poderem vir a ser acusados de terrorismo–, Manrique só pensa em “deixar o país e ir para muito longe”. Já Rendón pediu união ao povo equatoriano.