Jorge Rendón é jornalista da estação equatoriana TC Televisión e estava em direto, juntamente com um colega, quando os criminosos invadiram o estúdio e sequestraram quem ali se encontrava. O jornalista contou ao The Guardian que passavam poucos minutos das 14h00 locais de terça-feira quando a dupla que apresentava o noticiário começou a ouvir barulho vindo do exterior do estúdio. Inicialmente, os dois jornalistas pensaram tratar-se de alguma confusão entre colegas, mas depressa descobriram que estavam errados.

Rendón contou que, através do auricular, um produtor foi detalhando o que se passava: “Por favor tenham cuidado. Estão a forçar a entrada. Estão a roubar-nos. Estão a atacar-nos”. Pouco depois, o jornalista ouviu os criminosos a arrombarem as portas . As 13 pessoas depressa entraram pelo estúdio, com o objetivo de transmitirem uma mensagem ao país: “Estamos no ar para que vocês saibam que não mexem com a máfia”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Presidente do Equador: “Estamos em estado de guerra e não podemos ceder a estes grupos terroristas”

“Eles atiraram na perna de um operador de câmara e partiram o braço de outro”, disse, relatando que o ataque inicial depressa evoluiu para ameaças do uso de armas e explosivos, chegando um dos atacantes a colocar dinamite no bolso da camisa de um colega de Rendón.

À Associated Press, Alina Manrique, chefe de redação da TC Televisión, contou que os criminosos lhe apontaram uma arma à cabeça. “Estava realmente a sofrer e em pânico. Pensei em toda a minha vida e nos meus dois filhos. Os criminosos – havia seis no local – disseram que [a polícia] precisava de chegar ou iriam matar-nos. Eu estava a chorar de pânico”, relembrou a jornalista.

As autoridades chegaram em poucos minutos e a polícia conseguiu deter o ataque, numa altura em que o sinal da televisão já tinha sido cortado. “Eventualmente, os criminosos perceberam que estavam em menor número e entregaram as armas. Abracei um polícia, que me deu a mão para me levantar do chão”, continuou Manrique.

Apesar de todos os atacantes terem sido capturados — poderem vir a ser acusados de terrorismo–, Manrique só pensa em “deixar o país e ir para muito longe”. Já Rendón pediu união ao povo equatoriano.