A morada no bairro de Buckhead, a primeira casa que comprou, tornou-se a sua base e refúgio a partir de 1991, quando Elton John procurava reconciliar-se com a sobriedade. Em novembro passado, no rescaldo da sua digressão de despedida, o música vendia a sua mansão de Atlanta por expressivos 7,225 milhões de dólares (cerca de 6,77 milhões de euros). Agora, 21 anos após o último grande leilão do espólio do artista, é a vez de abrir a porta ao imenso recheio da propriedade. A partir de fevereiro, será licitado na Christie’s, em Nova Iorque, organizado em diferentes núcleos e dias.

“The Collection of Sir Elton John: Goodbye Peachtree Road” é desde logo um convite para entrar num fabuloso armário, composto por um impressionante acervo de mais de 100 camisas de seda Versace saídas dos anos 90. De resto, contou a estrela numa entrevista à Interview, no final dos anos 90, foi o malogrado designer que o apresentou ao colecionismo de arte, cuja orientação tanto vai do mais minimalista ao mais exuberante.

Não só da venda de uma guarda-roupa excêntrico vive este acontecimento, fruto da acumulação de objetos que a voz de “Rocket Man” e o marido David Furnish foram fazendo ao longo dos anos. As plataformas vertiginosas, os trajes do século XVIII desenhados por Sandy Powell, até o macacão que lembra o Cocas, cruzam-se com a singularidade de peças como um Damien Hirst personalizado, mobiliário, o seu Bentley Continental ou o piano Yamaha, inúmeros relógios Rolex, Cartier e Chopard, um colar de diamantes com a mensagem “The Bitch Is Back” (para um regresso nostálgico a 1974), e um cobiçável elenco de fotos dos maiores mestres contemporâneos.

© Christie’s

No total, serão 900 peças. Nem de propósito, um dos lotes inclui a coleção de “Superestrelas” de Elton, composta por inúmeras fotos de artistas como Annie Leibovitz (que aqui apanhou Beck em 2001), Joel Brodsky e o seu icónico retrato de Jim Morrison, o momento em que Cecil Beaton fotografou a rainha Isabel II no casamento da irmã Margarida, em 1960, ou ainda o próprio Elton John durante uma atuação lendária no estádio dos Dodgers, captado por Terry O’Neill em 1975. E de Bruce Weber a Herb Riits, não faltam outras tantas fotos marcantes que também serão leiloadas, agora na categoria “Love, Lust and Devotion”. As fotografias de Elton John foram anteriormente mostradas na Tate Modern, em 2016-17, e a partir de 18 de maio de 2024, mais de 300 imagens suas serão expostas em Londres, no Museu Victoria and Albert.

© Christie’s

Junte-se a passagem pela caixa de joias e pelo closet e não faltarão opções. O leilão será composto por oito vendas ao vivo e online separadas a partir de 21 de fevereiro. Até lá, desde dia 9, estará patente ao público a exposição destas mesmas peças, na Christie’s. Pela primeira vez, os fãs podem também contar com uma loja pop up com uma seleção especial de óculos escuros, vestuário, vinis e outros acessórios para venda física. “Pode não fazer o gosto de toda a gente, mas eu gosto”, comenta o músico, citado pela Christie’s, que conta como o duplex original, com os seus 2500 metros quadrados, rapidamente se tornou pequeno para albergar toda a coleção do casal, dando origem a um conjunto de cinco apartamentos e mais de 13.500 metros quadrados.

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