Dois dos 178 guardas prisionais e funcionários administrativos feitos reféns em sete prisões do Equador foram libertados esta quinta-feira, graças à intervenção da Igreja Católica, indicou a agência penitenciária estatal.

Sobe para 178 número de reféns nos motins em sete prisões do Equador

Num comunicado, o Serviço Nacional de Atenção Integral às Pessoas Privadas de Liberdade (SNAI) precisou que foram libertados um funcionário administrativo e um guarda prisional da prisão da província costeira de Esmeraldas, junto à fronteira com a Colômbia.

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“De acordo com o relato de membros das Forças Armadas e membros da igreja, foi conseguida a libertação de duas pessoas”, que foram colocadas sob “custódia segura”, disse a agência equatoriana.

Horas antes, o SNAI disse que havia 158 guardas prisionais e 20 administrativos entre os funcionários mantidos como reféns, após o alastramento a dois estabelecimentos prisionais, Machala e Esmeraldas, dos motins em curso no país.

Na prisão de Esmeraldas, um grupo de prisioneiros chegou a disparar do interior da prisão contra elementos das Forças Armadas que se encontravam no exterior, sendo que estes retaliaram para controlar a situação, relatou o SNAI.

Houve também incidentes na prisão da cidade tropical de Santo Domingo de Los Tsáchilas, onde três reclusos conseguiram fugir.

Da prisão de Riobamba, na província central equatoriana de Chimborazo, escaparam esta terça-feira 32 reclusos, entre os quais Fabricio Colón Pico, cabecilha do grupo do crime organizado “Los Lobos” que tinha sido detido dias antes e acusado pela Procuradora-Geral, Diana Salazar, de alegadamente planear um atentado contra a vida dela.

Antes de Colón Pico, também fugiu José Adolfo Macias “Fito”, o líder do grupo criminoso “Los Choneros”, que escapou da Prisão Regional de Guayaquil de forma ainda desconhecida antes de as autoridades o transferirem para uma prisão de alta segurança.

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Na cadeia de Latacunga, esta quarta-feira, havia reclusos empoleirados nos telhados do edifício com faixas a apelar para a paz, uma ação repetida por familiares no exterior da prisão, situada na província de Cotopaxi, cerca de 70 quilómetros a sul de Quito.

Esta série de motins é parte de uma escalada de violência protagonizada esta semana por grupos de crime organizado no Equador, que também incluiu ameaças contra universidades, instituições estatais e empresas, sequestros e atentados contra polícias, veículos incendiados, explosões e até um ataque armado a uma estação de televisão.

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Os acontecimentos deram-se numa altura em que o Presidente do país, Daniel Noboa, se preparava para pôr em prática um plano para recuperar o controlo das prisões, dominadas por grupos criminosos, cujas rivalidades fizeram desde 2020 mais de 450 mortos entre os reclusos.

O governo declarou esta terça-feira um “conflito armado interno” e classificou os “gangues” como grupos terroristas e alvos militares.