Cabo Verde e Portugal subscreveram, esta terça-feira, uma candidatura às Nações Unidas para apoiar o projeto de formação profissional anunciado há mês e meio, orçado em quatro milhões de euros, a dois anos, para abranger 2.000 pessoas.

“Portugal e Cabo Verde candidatam-se ao acelerador global das Nações Unidas, a caminho da cimeira social a realizar em 2025, com um projeto exemplar do ponto de vista de cooperação”, referiu a ministra do Trabalho portuguesa, Ana Mendes Godinho, esta terça-feira, na Praia.

A iniciativa é dirigida pela ONU a ações de cooperação “para responder aos grandes desafios”, no caso, “mobilidade de trabalhadores, migrações, formação e desenvolvimento”.

A qualificação anunciada em dezembro vai abordar áreas “essenciais para Cabo Verde e para Portugal“, partindo da base apresentada pelo arquipélago, formando capital humano para o país, mas que também possa casar com interesses de empresas portuguesas.

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Portugal e Cabo Verde reforçam parceria na área da educação

A ministra destacou a possibilidade de haver um encontro “entre as necessidades das empresas em Portugal” e “as prioridades de Cabo Verde”.

“É um programa para que todos saiam a ganhar”, referiu.

O projeto abrange as energias renováveis, economia digital, áreas sociais, turismo, metalomecânica, mecatrónica e construção civil, entre outras, afirmou o vice-primeiro-ministro cabo-verdiano, Olavo Correia, após a assinatura desta terça-feira.

O objetivo de Cabo Verde, “não é só formar”, mas também “garantir a promoção do empreendedorismo”, pelo que deve haver incentivos financeiros após a formação, “para que os jovens possam iniciar a sua vida profissional”, disse.

Os jovens “não têm dinheiro do Banco, porque não têm garantias”, pelo que cabe ao Estado criar mecanismos adequados, acrescentou.

“O custo de não investir é muito maior do que o investimento nos jovens”, assinalou.

O Governo de Cabo Verde tem ainda a ambição de que o projeto com Portugal (e agora candidatado a apoios da ONU) ajude a fazer do arquipélago “um centro de formação para a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP)”, disse Olavo Correia.

Os promotores esperam que o projeto comece a receber os primeiros formandos ainda este ano.