A 21 de novembro de 2013, gritaram “invasão” e acabaram mesmo por conseguir exigir a demissão do Governo do topo da escadaria da Assembleia da República (AR). A 25 de outubro de 2018, voltaram a gritar a mesma ordem, mas ficaram-se pela medição de forças com o cordão de polícias que estava a guardar o Palácio de São Bento. O que acontecerá na concentração desta quarta-feira, 24 de janeiro, permanece uma incógnita, mas muitos não querem que este cenário se repita. Nomeadamente o “herói” do protesto.

“Façam uma retrospetiva do passado”, começou por pedir Pedro Costa – o agente da PSP que tem sido o rosto e a voz da luta que já levou centenas à AR para protestar contra o “tratamento discriminatório” face à Polícia Judiciária –, numa mensagem partilhada em diversos grupos com elementos das forças de segurança, nomeadamente um no Telegram, com mais de 18 mil membros.

No dia em que são esperados milhares no Largo do Carmo, local onde começa a concentração promovida pela plataforma de sindicatos da PSP, Guarda Nacional Republicana (GNR) e Corpo da Guarda Prisional, o “herói” dos polícias lançou um apelo aos agentes que vão desfilar, a partir das 17h30, em direção à AR.

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“Não mando em ninguém e cada um sabe de si. Mas peço uma coisa, tanto àqueles que estiverem comigo na AR, como aos vindos da manifestação: postura.

Com “postura”, Pedro Costa, que serve na Divisão de Segurança Aeroportuária, refere-se ao “comportamento exemplar” que, entende, os polícias têm “mostrado a toda a sociedade e a todos os políticos”. “Inclusive, quando certas pessoas nos tentam descredibilizar ou mesmo ridicularizar“, acrescenta.

Desta forma, o agente da PSP pede que os polícias olhem para trás e pensem no conceito de insanidade. “Sabem o que é? É fazer a mesma coisa várias vezes e esperar um resultado diferente.”

Com base nesta definição e pensando em “virar a página e agir de forma inteligente”, Pedro Costa pede aos polícias para “não ocuparem o passadiço junto às grades” da escadaria da AR. “Peço uma distância de segurança, para que não exista a tentação de ter certos tipos de comportamento.”

Estamos todos unidos pelo mesmo objetivo. O que realmente importa é isso e não destruir o que conseguimos até à data”, reforça o agente.

Com conquistas, o agente refere-se não só ao desejo expresso este sábado pelo ministro da Administração Interna e cabeça de lista do PS por Braga, José Luís Carneiro, para que os suplementos da PSP e da GNR sejam incorporados na base remuneratória, como pelo facto de o próprio Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, ter defendido um suplemento igual ao da PJ.

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Desta forma, Pedro Costa pede para que não só a concentração desta quarta-feira como, também, a de dia 31 de janeiro, quando o protesto acontece no Porto, seja pacífica, deixando ainda um agradecimento aos que o “apoiaram” e “marcaram presença nos vários locais pelo país fora”.

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