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Nobel da Paz Narges Mohammadi faz nova greve de fome para denunciar execuções no Irão

Este artigo tem mais de 6 meses

Para Narges Mohammadi, o enforcamento de Mohamed Ghobadlou provocou “uma onda de raiva e protesto na sociedade”. O jovem foi executado por alegadamente ter matado um polícia e ferido outros cinco.

A ativista, que cumpre uma pena de 10 anos na prisão de Evin em Teerão
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A vencedora do Prémio Nobel da Paz de 2023 afirmou que o enforcamento provocou “uma onda de raiva e protesto na sociedade”

ABEDIN TAHERKENAREH/EPA

A vencedora do Prémio Nobel da Paz de 2023 afirmou que o enforcamento provocou “uma onda de raiva e protesto na sociedade”

ABEDIN TAHERKENAREH/EPA

A Prémio Nobel da Paz Narges Mohammadi e 60 outras mulheres iranianas detidas no Irão iniciaram esta quinta-feira uma greve de fome em protesto contra a execução de Mohamed Ghobadlou, enforcado por alegados crimes cometidos nas manifestações antigovernamentais de 2023.

“As prisioneiras políticas (na prisão) de Evin iniciarão juntas uma greve de fome de um dia em protesto contra as recentes execuções e pela suspensão das execuções”, disse Mohammadi num comunicado distribuído pela família na rede social Instagram.

A vencedora do Prémio Nobel da Paz de 2023 afirmou que o enforcamento de um jovem iraniano, numa referência a Mohamed Ghobadlou, provocou “uma onda de raiva e protesto na sociedade”.

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A ativista, que cumpre uma pena de 10 anos na prisão de Evin em Teerão desde novembro de 2021 e que já fez outras greves de fome, apelou a outros cidadãos para que se juntassem ao protesto, pedido que foi acolhido por outras figuras que se opõem à República Islâmica.

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Entre as várias dezenas de mulheres que se juntaram à greve de fome de um dia constam a iraniano-britânica Nazanin Zaghari-Ratcliffe, que passou vários anos presa em Evin, e a ativista Atena Daemi, segundo indicou o mesmo comunicado.

Junto-me às 61 mulheres presas políticas que estão dispostas a entrar em greve de fome para protestar contra a execução de Mohamed Ghobadlou e de outros manifestantes no Irão”, declarou, por sua vez, na rede social X (antigo Twitter) a ativista Masih Alinejad, que é muito crítica da teocracia iraniana e fundou vários movimentos contra o uso obrigatório do véu islâmico para as mulheres no Irão.

Ghobadadlou, de 23 anos, foi executado na terça-feira por alegadamente ter matado um polícia e ferido outros cinco durante os protestos contra a morte da jovem curda iraniana Mahsa Amini em setembro de 2022, que estava sob custódia policial por alegado uso indevido do hijab (véu islâmico).

A Amnistia Internacional disse que o jovem sofria de “deficiência mental de longa duração” e denunciou que foi condenado num “julgamento falso, marcado por confissões extraídas sob tortura”.

O enforcamento de Ghobadlou eleva para oito o número de pessoas executadas por alegados crimes relacionados com os protestos desencadeados pela morte de Mahsa Amini, um dos quais em público.

A morte de Mahsa Amini desencadeou fortes protestos que, durante meses, apelaram ao fim do regime de Teerão e que só abrandaram após uma repressão que provocou 500 mortos e a detenção de pelo menos 22.000 pessoas.

Em 2022, o Irão foi o país que mais aplicou a pena de morte, com 576 execuções, um aumento substancial em relação às 314 do ano anterior, segundo a Amnistia Internacional.

Grupos de defesa dos direitos humanos denunciaram a execução de até 800 pessoas no país em 2023, a maioria das quais por crimes relacionados com o tráfico e a posse de droga.

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