O Presidente do Azerbaijão Ilham Aliyev foi reeleito esta quarta-feira com 92,1% dos votos, nas eleições presidenciais antecipadas, de acordo com os resultados preliminares.

Com quase 55% dos votos contados, Aliyev, de 62 anos, alcançou a vitória com 92,1% dos votos, informou o líder da Comissão Eleitoral Central do país, Mazahir Panahov, num ponto de situação feito esta noite, após o encerramento das urnas.

As primeiras sondagens à boca das urnas apontavam para quase 94% dos votos para o atual chefe de Estado. Outros candidatos obtiveram até agora menos de 3% cada, frisou Panahov.

A participação eleitoral foi elevada, com as autoridades eleitorais a referirem que mais de 76% dos eleitores elegíveis votaram durante as 11 horas em que foi possível ir às urnas.

Aliyev, no poder desde 2003 e vencedor do escrutínio presidencial de 2018 com 86% dos votos, permanecerá mais sete anos na chefia do Estado do país caucasiano banhado pelo mar Cáspio e com vastos recursos energéticos.

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O líder azeri, considerado um aliado próximo do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, decidiu antecipar as eleições para capitalizar a sua explosão de popularidade após a rápida recuperação pelo seu governo de uma região anteriormente controlada por separatistas étnicos arménios, Nagorno-Karabakh, de acordo com analistas.

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Também terá em breve o centro das atenções internacionais, pois o Azerbaijão, um país que depende fortemente das receitas provenientes dos combustíveis fósseis, acolherá em novembro uma conferência da ONU sobre as alterações climáticas.

A oposição sem assento parlamentar, que denuncia as contínuas detenções de ativistas políticos e jornalistas, decidiu boicotar as presidenciais, por considerar que, com Aliyev no poder, as eleições não seriam democráticas.

Quanto à participação, mais de 70% dos cidadãos azeris (4,5 milhões) já tinha votado quando faltavam duas horas para o fecho das urnas, informou a Comissão Eleitoral Central.

As eleições realizaram-se pela primeira vez na região de Nagorno-Karabakh, sob controlo azeri desde a vitoriosa operação militar de setembro de 2023. Além daquele enclave, também foram abertas assembleias de voto nas cidades reconstruídas após serem “libertadas” durante a guerra de 2020, como é o caso de Fizuli, com apenas 2.000 habitantes.

O próprio Aliyev votou esta quarta-feira numa assembleia de voto na capital de Nagorno-Karabakh, Jankendi (Stepanakert para os arménios).

O facto de o Presidente em exercício ter depositado o seu voto no enclave de Nagorno-Karabakh, abandonado no ano passado por mais de 100.000 arménios, foi criticado por Edmon Marukian, enviado especial do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Arménia.