Pequim defendeu esta segunda-feira as manobras de navios da guarda costeira chinesa, nos últimos dias, contra um barco da guarda costeira das Filipinas em águas disputadas no mar do Sul da China.
As autoridades chinesas acusaram um navio filipino de ter entrado “ilegalmente por várias vezes de 02 a 09 de fevereiro” em águas adjacentes ao atol de Scarborough “apesar das chamadas de alerta da guarda costeira”.
Pequim e Manila disputam a soberania do atol de Scarborough (conhecido como bacia de Mansiloc nas Filipinas e como ilha de Huangyan, na China) e das águas circundantes.
A guarda costeira chinesa “aplicou medidas de acordo com a lei, como o controlo da rota e o seu afastamento à força, tratando a situação com profissionalismo”, para “salvaguardar a soberania” do país, noticiou a imprensa local.
A China defendeu que a presença do navio filipino naquelas águas é “uma provocação deliberada” que “corrói ainda mais a confiança mútua, perturba a atmosfera política e afeta até a perceção do povo chinês em relação às Filipinas”.
No domingo, a guarda costeira das Filipinas disse que pelo menos oito navios chineses realizaram nos últimos dias manobras agressivas de assédio contra um navio filipino no mar do sul da China. “Quatro navios da guarda costeira chinesa seguiram o navio da guarda costeira filipina em mais de 40 ocasiões e estiveram a até 176 metros”, disse o porta-voz da força filipina, Jay Tarriela.
No sábado, o exército da China anunciou a realização de “patrulhas de rotina” no mar do sul da China, dias depois de o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês ter avisado as Filipinas de que estava a “brincar com fogo”.
A decisão surgiu depois do exército filipino ter anunciado que ia aumentar a presença militar nas ilhas mais a norte do país, perto de Taiwan.
As Filipinas alegam que o atol de Scarborough está dentro da zona económica exclusiva do país e que o Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia rejeitou as aspirações de soberania de Pequim em 2016, uma decisão que o Governo chinês recusa cumprir.
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A China e as Filipinas estão em conflito pela soberania de várias ilhas e atóis no mar do Sul da China, que Pequim reivindica na quase totalidade por “razões históricas”.
Estas águas constituem uma zona estratégica por onde circula um terço do comércio mundial e albergam importantes recursos pesqueiros e energéticos.