O BPI vai atribuir um prémio extraordinário entre 700 euros e 1.250 euros aos trabalhadores que tenham uma remuneração fixa anual até 40 mil euros, segundo um comunicado interno a que a Lusa teve acesso.

Na informação, o banco diz que o “complemento extraordinário pretende contribuir para melhorar as condições de remuneração no banco, com especial atenção aos níveis mais baixos”, e que a medida é independente do prémio anual que deverá ser pago em março.

Este complemento será atribuído a todos os trabalhadores que tenham remuneração fixa anual até 40 mil euros, sendo de 1.1250 para quem tenha de remuneração até 25 mil euros anuais, 1.000 euros para quem tenha entre 25 mil e 30 mil euros anuais e 700 euros para quem tenha entre 30 e 40 mil euros anuais.

Segundo o BPI, “são elegíveis para este complemento todos os colaboradores do banco à data do processamento (previsto para 19 de fevereiro), desde que tenham sido admitidos, em regime de contrato de trabalho (a termo ou por tempo indeterminado), até 30 de setembro de 2023”. Já para os funcionários que entraram em 2023 o valor será proporcional ao tempo trabalhado.

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Os bancos estão em negociações com os sindicatos sobre os aumentos salariais deste ano. Os sindicatos da UGT pedem 6%, enquanto os bancos contrapõem 2%, um valor que os sindicatos consideraram “miserável” perante o aumento do custo de vida e os lucros do setor.

Na conferência de imprensa de apresentação dos resultados, o presidente do BPI, João Pedro Oliveira e Costa, foi questionado sobre proposta de aumentos salariais, tendo admitido que o valor final pode ficar acima do proposto pela banca, mas não muito (em 2023 os bancos propunham 4% e o valor ficou fechado nos 4,5%) e disse que valoriza a função dos sindicatos, mas não se revê num tipo de discurso público que considerou agressivo.

“Eu não concordo que isto faça parte de pressões. Tenho uma lógica de sociedade diferente, essa sociedade de luta de classes acabou lá atrás, temos de construir outra sociedade, com outro tipo de diálogo, de menos diabolizações de banqueiros, do tipo que não tem sensibilidade”, afirmou.

Oliveira e Costa disse ainda que o banco não paga só os aumentos salariais acordados, mas também atribui prémios e promoções.

O BPI (detido pelo grupo espanhol Caixabank) terminou 2023 com 4.263 trabalhadores em Portugal, menos 141 em termos líquidos do que no final de 2022 (ou seja, saíram mais pessoas do que as contratadas). O BPI tem vindo a reduzir pessoal, em 2023 foram gastos 32 milhões de euros com reformas antecipadas e rescisões por acordo.