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O principal advogado das Forças de Defesa de Israel (IDF) alertou esta quarta-feira para “casos de conduta inaceitáveis” entre os militares, em carta dirigida aos comandantes que lideram os batalhões de combate na Faixa de Gaza.
“Encontramos casos inaceitáveis de conduta que se desviam dos valores e protocolos”, alertou Yifat Tomer-Yerushalmi, que enumerou “declarações inapropriadas”, mas também “uso injustificado da força, inclusive contra detidos; saques, como o uso ou remoção de propriedade privada para fins não operacionais, e destruição de propriedade civil”.
Nas últimas semanas, especialmente nos meios de comunicação minoritários israelitas críticos da guerra em Gaza, como o Haaretz ou o +972, relataram casos de saques e destruição indiscriminada de edifícios como hospitais, escolas ou mesquitas na Faixa.
“Alguns incidentes ultrapassam o âmbito disciplinar e ultrapassam o limiar criminal”, alertou o advogado Tomer-Yerushalmi, garantindo tratar-se de casos isolados e que serão investigados porque “não têm lugar nas Forças de Defesa de Israel”.
Na terça-feira, o chefe do Estado-Maior do Exército, Herzi Halevi, lembrou às tropas que devem continuar a agir “como seres humanos”, uma vez que, ao contrário do inimigo, disse, ainda mantêm a sua “humanidade“.
“Devemos ter cuidado para não usar a força onde não é necessária, para distinguir entre um terrorista e quem não o é, para não levar nada que não seja nosso (uma lembrança ou armas) e para não gravar vídeos de vingança”, alertou.
O atual conflito entre Israel e o Hamas, que desde 2007 governa na Faixa de Gaza, foi desencadeado pelo ataque do movimento islamita em território israelita em 7 de outubro.
Nesse dia, 1.139 pessoas foram mortas, na sua maioria civis mas também perto de 400 militares, segundo os últimos números oficiais israelitas. Cerca de 240 civis e militares foram sequestrados, com Israel a indicar que 134 permanecem na Faixa de Gaza.
Em retaliação, Israel, que prometeu destruir o movimento islamita palestiniano, bombardeia desde então a Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local liderado pelo Hamas, já foram mortas mais de 29.000 pessoas — na maioria mulheres, crianças e adolescentes – e feridas cerca de 70.000, também maioritariamente civis. Cerca de 8.000 corpos permanecem debaixo dos escombros, de acordo com as autoridades locais.