A Associação do Comércio Tradicional Bolha de Água, que representa comerciantes do Mercado do Bolhão, no Porto, queixou-se este sábado de assaltos e tentativas de assalto a lojas do estabelecimento na Rua de Alexandre Braga, uma situação que dizem repetir-se.

“Durante a noite de ontem [sexta-feira], houve uma série de roubos e tentativas nas lojas exteriores do Mercado do Bolhão, com incidência na Rua Alexandre Braga. É a repetição do que já se verificou há duas noites”, divulgou este sábado em comunicado a associação Bolha de Água.

Contactada pela agência Lusa, fonte do Comando Metropolitano da PSP do Porto confirmou que foram registadas, na última noite, três ocorrências em lojas viradas para a Rua Alexandre Braga.

“Temos registo de furtos [e não roubos, uma vez que ‘roubo’ dirige-se a roubo de pessoas e ‘furto’ a bens] no interior de estabelecimentos. O carro patrulha foi chamado e esteve lá a equipa da lofoscopia para o levantamento de vestígios. A situação está em investigação“, disse a fonte.

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O primeiro alerta à PSP ocorreu cerca da meia-noite, acrescentou.

Já de acordo com os comerciantes, há a registar “o roubo de dinheiro e bens alimentares e danos nas portas e grades”, apesar de terem sido instaladas grades de segurança no âmbito da requalificação do mercado, que reabriu em setembro de 2022.

“Os comerciantes queixam-se de que o sistema instalado não tem segurança devido à fragilidade dos materiais e do próprio sistema e, por outro lado, os vigilantes contratados para o Mercado do Bolhão apenas vigiam o interior, estando os comerciantes das lojas abandonados tanto de dia como de noite”, refere a associação representativa dos comerciantes.

Segundo a mesma associação, “o descontentamento ainda é maior porque os gastos em segurança e vigilância, segundo o contrato realizado entre a entidade gestora Go Porto [Gestão e Obras do Porto, empresa municipal] e o consórcio Charon/Sinalmais, é de valor elevado, junto com a limpeza e manutenção é de 1,2 milhões de euros anuais”.

Os comerciantes queixam-se ainda de que “não há assistência devida por parte da equipa do Mercado do Bolhão após o assalto, o que densifica o sentimento crescente de abandono por parte das lojas exteriores do Mercado do Bolhão”.

Nas lojas assaltadas incluem-se a Tripeirinha, a Leitaria Quinta do Paço, a Sapataria Cécil e tentativa de assalto no Bolhão A Gosto, de acordo com a associação.

Contactada pela Lusa, a empresa GO Porto, entidade gestora do espaço, salientou que “as lojas do Mercado do Bolhão são espaços de rua e, portanto, voltados para o exterior e sem qualquer ligação ao interior do mercado”, apontando que “é a PSP que assume a vigilância dos mesmos”.

“A gestão do mercado tem estado, desde o primeiro momento, a acompanhar as diligências no próprio local, tendo chamado já a PSP com o intuito de detalhar os levantamentos efetuados, mas efetivamente são os inquilinos que, individualmente, tem de apresentar as participações à PSP”, apontou a GO Porto, em resposta escrita.

Também questionada sobre outras queixas da associação, a empresa justificou que “quanto às grades e fechaduras, estas foram executadas de acordo com o projeto”, mas avançou que se necessário serão feitos ajustes.

“Logo após os levantamentos e averiguações associados à investigação em curso, o mercado assumirá o eventual ajuste das soluções aplicadas se as análises indicarem essa necessidade”, concluiu.