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O chanceler alemão, Olaf Scholz, garantiu esta terça-feira que “nenhum soldado” será enviado para a Ucrânia por países europeus ou da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), rejeitando a possibilidade levantada no dia anterior pelo Presidente francês, Emmanuel Macron.

Em conferência de imprensa, Scholz afirmou que o que foi decidido entre os europeus desde o início “continua a ser válido para o futuro”, nomeadamente que “não haverá tropas no terreno, nem soldados enviados por Estados europeus ou pela NATO para solo ucraniano”.

“É importante garantir sempre isto”, acrescentou Scholz na cidade universitária de Friburgo em Brisgóvia, no estado de Baden-Wurttemberg, no sudoeste da Alemanha, afirmando que existe “uma grande unanimidade sobre esta questão” entre os aliados da Ucrânia.

Scholz estava a reagir às declarações proferidas segunda-feira por Macron, nas quais o Presidente francês afirmou que o envio de tropas terrestres para a Ucrânia não deve “ser excluído” no futuro, apesar de considerar que “não existe consenso” sobre o assunto nesta fase.

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Macron: envio de tropas ocidentais para a Ucrânia não deve “ser descartado” no futuro

“Faremos tudo o que for necessário para que a Rússia não possa ganhar esta guerra“, afirmou Macron, no final de uma conferência internacional de apoio à Ucrânia, que contou também com a presença de Scholz.

A conferência, organizada de urgência pelo Presidente francês com a presença de 27 outros países, surge num momento crítico para a Ucrânia, que se encontra na defensiva contra o exército russo, após o fracasso da sua contraofensiva no ano passado, e à espera de armas ocidentais adicionais.

O chefe de Estado francês também pareceu apontar implicitamente a mira a países como a Alemanha, que durante muito tempo se mostraram relutantes em entregar certas armas a Kiev. “Muitas pessoas que hoje dizem ‘nunca, nunca’ são as mesmas que diziam ‘nunca tanques, nunca aviões, nunca mísseis de longo alcance’ há dois anos”, afirmou Macron.

Pouco antes, em Berlim, Scholz tinha recusado seguir o exemplo da França e do Reino Unido no envio de mísseis de longo alcance para Kiev, argumentando que isso “não seria razoável” porque poderia “envolver” a Alemanha diretamente na guerra desencadeada pela Rússia.

O chanceler alemão rejeitou categoricamente o pedido da Ucrânia de enviar mísseis alemães Taurus, que têm um alcance superior a 500 quilómetros e permitiriam a Kiev atingir alvos no interior do território russo.

O Taurus é o equivalente ao Storm Shadow/Scalp, desenvolvido em paralelo pelos britânicos e franceses, que foi entregue à Ucrânia (250 quilómetros de alcance).